Existe um ditado popular que diz: «não há bem que sempre dure, nem mal que não acabe», e a minha reflexão vai nesse sentido.
Há três anos, alguns visionários pensaram uma escola com características inovadores que, embora utilizasse as línguas oficiais do país, o fizesse com um método inovador, diferente do utilizado no sistema oficial luxemburguês. Caiu o Carmo e a Trindade, os “velhos do Restelo” vieram adjectivar este sonho de megalómano, gueto, elitista…, outros, por serem mais “papistas que o Papa” reconheceram que os detractores talvez tivessem razão, e que este projecto tinha nascido e morrido ao mesmo tempo.
Como diz o poeta, “o sonho comanda a vida”, e alguns daqueles que nunca se acantonaram ao comodismo, ao facilitismo, à bajulação e ao “ámen” subserviente, curando as feridas de guerra lá se foram arrastando até ao dia 12 de Janeiro de 2010. Revelaram a visão, convenceram, pois estavam convictos que o projecto, mesmo não sendo a panaceia universal, era uma possibilidade para alguns de sonharem com um futuro melhor. E eis que surgem os apoios, o discurso oficial muda e abre-se o caminho para que o projecto seja uma realidade.
Ser cidadão não é só dizer “ámen”, pagar impostos e votar, é também contribuir para que a sociedade onde vivemos seja melhor. Não devemos ter medo de afirmar as nossas convicções e as nossas origens, nós somos a imagem das nossas acções e não a imagem que fazem de nós!
“Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce”, agora é arregaçar as mangas, deitar mãos à obra e contribuir para um Luxemburgo ainda melhor e ainda mais solidário.
José António Coimbra de Matos
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