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Portugal lança operação de resgate no Médio Oriente

© Força Aérea Portuguesa

Portugal está a preparar a retirada, da Faixa de Gaza, de 16 portugueses e de “um conjunto mais alargado” de palestinianos com ligações ao país.

“Desde o princípio que estamos em contacto permanente com as autoridades israelitas e egípcias e o que temos é a possibilidade de os acolher temporariamente, por dois ou três dias, no Egito e de trazê-los para Portugal. Não gostaria de dramatizar com esse tipo de terminologia, uma operação de resgate, é simplesmente a retirada de portugueses do Egito, a partir do momento em que possam sair de Gaza”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Falando em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da União Europeia, João Gomes Cravinho apontou que “os portugueses e familiares que estão atualmente em Gaza sairão da mesma maneira que outros estrangeiros têm saído ao longo destas últimas duas semanas”.

“Neste momento, estamos a trabalhar com 16. São seis portugueses e 10 familiares próximos. E depois há um conjunto mais alargado de palestinianos que têm ligações familiares a Portugal”, precisou. Em declarações anteriores no parlamento português, o governante tinha indicado que se trata de seis cidadãos com passaporte português e, destes, cinco são menores de idade.

Questionado sobre o processo de retirada, João Gomes Cravinho explicou: “A nossa embaixada tem isso já estudado e planeado e a partir do momento em que entram no Egito. A nossa embaixada […] assumirá essa responsabilidade e trataremos de os trazer para Portugal, em princípio por via comercial, porque é um número relativamente pequeno”.

De acordo com o governante, estes cidadãos “não estão abandonados”.

“Estamos constantemente, todos os dias e várias vezes ao dia, em contacto com autoridades israelitas e egípcias para procurar a melhor forma de assegurar a sua saída”, adiantou.

No domingo, numa declaração em nome dos 27 chefes da diplomacia da União, Josep Borrell assinalou que a UE “está seriamente preocupada com o agravamento da crise humanitária em Gaza”.

“A UE associa-se aos apelos a pausas imediatas nas hostilidades e à criação de corredores humanitários, nomeadamente através de uma maior capacidade nos postos fronteiriços e de uma rota marítima específica, para que a ajuda humanitária possa chegar em segurança à população de Gaza”, exortou o alto representante da União.

Falando hoje sobre tal tomada de posição, João Gomes Cravinho admitiu que “demorou todo o fim de semana” para chegar a esta posição.

Recordando que Portugal preferia pedir “um cessar-fogo humanitário”, embora a posição na UE tenha sido a de apelar a “pausas humanitárias”, o ministro vincou que os 27 estão “de acordo […] para que deixe de haver vítimas civis como tem vindo a acontecer até agora”.

Hoje mesmo, foi anunciado que Josep Borrell se desloca, esta semana, a Israel e Palestina, e a outros países do Médio Oriente (Bahrein, à Arábia Saudita, ao Qatar e à Jordânia), para discutir o acesso à ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados.

“Vai lá dialogar, vai lá recolher informação, vai transmitir as nossas perspetivas baseadas nos nossos debates”, adiantou João Gomes Cravinho.

A guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel –, que já entrou no 38.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, cerca de 28.000 feridos, cerca de 2.500 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.

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