MNE deixa alerta no Dia da Mulher: ainda há muito por fazer
O ministro dos Negócios Estrangeiros pediu atenção para as questões da igualdade de género, notando que “ainda há muito por fazer” e que o contexto internacional de guerras e tensões não pode tornar este tema invisível.
“O contexto internacional que vivemos atualmente, de grandes tensões, de instabilidade e de guerras, deve deixar-nos ainda mais atentos para que as questões da igualdade de género não se tornem invisíveis”, disse João Gomes Cravinho.
Numa mensagem em vídeo publicada na conta do Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social X (antigo Twitter), nesta sexta-feira em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, o ministro garantiu que “a esfera multilateral, e em particular nas Nações Unidas, é uma das principais bandeiras de Portugal”.
“Porque a política externa portuguesa é, e deve ser cada vez mais, ativa na promoção da igualdade de género no plano internacional, implementando em Portugal os principais instrumentos internacionais relevantes, incluindo no combate à violência doméstica”, referiu.
João Gomes Cravinho falou do Fundo das Nações Unidas de Apoio à População, para o qual Portugal contribui financeiramente para “o importante trabalho que fazem de promoção da saúde sexual e reprodutiva, que é um tema particularmente penalizador para as mulheres”, disse.
O governante destacou, ainda, que a Estratégia Portuguesa para a Cooperação 2030 “tem a promoção da igualdade de género como um dos seus eixos transversais e estruturantes” e acrescentou que “a ação cultural externa, e o regime de apoio ao associativismo na diáspora, apostam na igualdade de género”.
Em ano de cinquentenário do 25 de Abril, João Gomes Cravinho considerou, ainda, que Portugal testemunhou “um progresso notável na inclusão das mulheres em todos os aspetos da vida pública e política, incluindo a diplomacia”.
“Recordo que só em 1975 é que as mulheres puderam pela primeira vez concorrer à carreira diplomática. Mas não olvidemos que ainda há muito por fazer, pelo mundo fora e cá em Portugal também”, referiu.
Considerando que existe “ainda um número insuficiente de mulheres na carreira diplomática”, algo que disse que está a ser “contrariado”, Cravinho concluiu que “na realidade, a igualdade de género não está, ainda, na prática, à altura da evolução das últimas décadas das nossas sociedades”.
“É por isso fundamental, que neste Dia Internacional da Mulher, nos lembremos do caminho que ainda falta percorrer, em Portugal e no mundo, e que devemos continuar a lutar para que o direito à igualdade seja plenamente adquirido e consolidado”, concluiu.