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À descoberta do talento

Observar e detetar novos talentos que possam vir no futuro fornecer a base de clubes principais torna-se nesta altura fundamental em todos os países. Pena é que ainda vão existindo situações anti-éticas a travar ou a impedir esse processo, já para não falar da falta de capacidade para observar e gerir o talento dos atletas.

Enquanto alguns se vão preocupando com falsos projetos ou parcerias e lucros imediatos, outros vão tentando restruturar-se baseados na qualidade do “know how” e do saber acumulado de profissionais ou ex-profissionais de futebol. É uma realidade o futebol está a mudar a uma velocidade incrível e aqueles que não se adaptarem tendo consciência disso vão acabar por perder o rumo.

Grande parte dos indivíduos que se tornaram excecionais na sua atividade não exibiam sinais precoces de talento.

Assim, quando falo em detetar talento trata-se da capacidade de descobrir talento onde mais ninguém o vê, isto porque verificar talento no Messi com 12 anos era uma evidência, observar talento no jogador de 10 anos, gordinho, lento e sem muita técnica é que é difícil.

O atleta passa ao longo da sua formação até chegar a sénior por diferentes estados motivacionais em relação ao futebol e é também marcado emocionalmente por diversos fatores que podem levá-lo ao profissionalismo ou não. Más experiências com treinadores, más experiencias com colegas (desvios comportamentais), mau desempenho escolar, mau aconselhamento (agentes), falta de apoio familiar, falta de cultura futebolística (país onde cresce e se forma), má metodologia de treino e ou reduzida prática no aspeto negativo ou no aspeto positivo que esse mesmo atleta desenvolva uma capacidade um caráter e um desejo incessante de melhorar e lutar contra todas as adversidades, tenha acesso a um tipo de treino especializado, tenha bom aconselhamento (agentes), tenha treinadores competentes, tenha oportunidades e um favorecimento ambiental e uma dedicação à pratica e à competição ímpares.

Então como podemos avaliar o talento?

Alguns dos indícios de talento que o jogador pode ter e precisa potenciar são a determinacão e a capacidade psicológica onde estão inseridos a capacidade tática, a técnica e a leitura de jogo. Evidementemente que capacidades físicas podem também ser um indicador, tal como a velocidade e a força por exemplo

Por isso penso ser muito importante a figura do Coordenador Técnico na formação de novos talentos. É ele que deve ser capaz de observar que existem dois pontos muito importantes para fazer uma correta leitura de jogo: talento individual e talento coletivo da equipa. São dois pontos essenciais porque influenciam diretamento o rendimento da equipa.

O talento aprende-se ao longo de anos, pode e deve ser desenvolvido em ambientes que estimulem crescimento. Este, no entanto, precisa de tempo para se revelar e precisa acima de tudo de um cuidado redobrado e atenção.

Então, no Luxemburgo por exemplo, precisamos de aumentar a nossa base de praticantes, dar-lhes tempo para que possam desenvolver o seu potencial, favorecer uma cultura futebolística de excelência e não valorizar os resultados desportivos.

Paulo Gomes

Treinador de futebol

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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