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Mapril Baptista: Maior vendedor de ambulâncias em França

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Clique para ampliar O português Mapril Baptista, de 57 anos, construiu um império a partir de um volante: no espaço de três décadas, passou de condutor de ambulâncias a maior vendedor destes veículos em França.

Saiu do Bombarral, no distrito de Leiria, ainda antes de entrar para a escola primária. Nessa altura, como ainda hoje, tinha uma paixão por carros e por velocidade: “Gostava de carros rápidos, carros da polícia, ambulâncias”.

Começou a trabalhar como condutor de ambulâncias em 1974. Hoje dirige uma empresa que emprega mais de uma centena de pessoas, entre Portugal e França, que coloca na estrada mil veículos transformados por ano, e que tem um volume anual de negócios de mais de 50 milhões de euros.

Este império foi sonhado e construído ao volante de uma ambulância: “Tive sempre esta ideia, de um dia mais tarde fabricar as minhas próprias ambulâncias. E apercebi-me, a pouco e pouco, de que havia um problema na fabricação destes carros, de que os veículos não estavam bem adaptados ao transporte de doentes, faltavam-lhes algumas coisas”, conta à Lusa.

A Les Dauphins tem entre 50 e 52 por cento do mercado nacional neste ramo e produz 98 por cento das ambulâncias que circulam na região parisiense. Mapril Baptista conta 10 mil carros na estrada desde que a empresa abriu, na década de 2000.

O nome da empresa? “O golfinho é um peixinho muito simpático. Faz-me lembrar o mar, faz-me lembrar o sol, e também o meu país. Deu-me sorte”, explica.

Foi também – e apenas – pela ligação afetiva que mantém com Portugal que Mapril Baptista decidiu pôr a empresa a funcionar em dois polos: os carros são comprados em França, mas é na fábrica da Les Dauphins, em Portugal, que são modificados. Só então regressam a Paris para serem entregues aos clientes.

Este empresário diz que se não fosse português não tinha escolhido produzir em Portugal. “A vantagem é pouca”, considera.

“Os salários estão mais ou menos como em França, os ordenados são mais baixos mas os portugueses recebem 14 meses. Em França, os empregados vêm até ao trabalho pelos meios que têm, mas em Portugal temos que ir buscá-los a casa, se não eles não vêm trabalhar”, explica.

A “mentalidade dos portugueses”, diz, “é difícil”. Eles, considera, “não gostam de trabalhar muito”.

A Les Dauphins teve dificuldades em encontrar “bons funcionários”, e, diz este responsável, levou algum tempo até conseguir ter a estrutura em Aveiro a funcionar.

Além disso, acrescenta, no trabalho em Portugal sente-se “uma complicação muito grande na parte administrativa, que é muito pesada”.

Mapril Baptista repete que “a vantagem é pouca”, e acrescenta que Portugal entrou na rota do seu império sobretudo para que ele tivesse um pretexto para visitar o seu país várias vezes por ano.

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