Polémica em torno do aborto da filha de Adelaide Ferreira

A cantora portuguesa Maria Adelaide Ferreira está a ser ouvida na esquadra da polícia judiciária de Cuiabá, no Mato Grosso, por suspeita de ter ajudado a encobrir o aborto provocado pela filha, no Brasil.

Inicialmente, foi pedido o envio de uma carta rogatória a Portugal, mas o delegado responsável pelo caso, Paulo Alberto Araújo, decidiu intimar a cantora quando soube que ela se encontrava no Brasil para visitar a filha.

O caso tornou-se público quando a Polícia Judiciária de Cuiabá divulgou as investigações em torno do aborto provocado pela filha de Maria Adelaide no dia 04 de janeiro.

A situação foi descoberta quando a menina, de 14 anos, deu entrada com uma forte hemorragia no Hospital Universitário Júlio Müller, após ingestão de medicamentos com substância altamente abortiva.

Após tomar a medicação, a menina entrou em trabalho de parto e o feto foi expelido numa sanita do hospital.

Desde então, a adolescente encontra-se no abrigo municipal Casa de Retaguarda Paulo Prado, na cidade de Cuiabá, na região Centro-Oeste do Brasil.

A menina foi impedida de voltar para a casa da mãe do namorado, onde se encontrava, uma vez que quer a mãe do namorado quer o namorado também foram indiciados por serem coniventes com a situação.

Para que Maria Adelaide fosse indiciada oficialmente faltava apenas o seu depoimento, que está hoje a decorrer.

Depois do depoimento, o inquérito sobre o caso, que ainda está na delegacia, será encaminhado para o Ministério Público do Mato Grosso, que decidirá se acusará, ou não, as pessoas envolvidas.

Caso seja feita a denúncia, os adultos serão levados a um julgamento e podem ter de cumprir pena de até quatro anos de prisão.

No caso da adolescente, menor de idade, ainda não está claro se terá de cumprir alguma atividade socioeducativa no Brasil ou se poderá ser reencaminhada a Portugal com alguma pré-condição, segundo informou a assessoria da Polícia Judiciária Civil de Cuiabá.