Detive-me neste triste lugar
acolheu-me este covil como ventre materno,
por recusar ver as paredes chorar
furtei-me covardemente ao instante eterno.
Morreu na minha mão,
como raio de sol que empalidece
às portas do meu coração,
ténue claridade que já não amanhece.
Banham-me as têmporas águas tépidas
e turvas, suam as estalactites mornas,
abraçam-me os seus braços dormentes e lépidos
tentando fazer esquecer-me outras formas.
Da luz que sempre me ofuscou
guardo apenas na pele vãos alentos
quero ainda crer na supernova que brilhou
mas ondas de sopro ligeiro e breve afagam os meus afrontamentos.
JLC