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Ver “Zé Pedro Rock’n’Roll” e recordar os Xutos & Pontapés

O filme “Zé Pedro Rock’n’Roll” está em exibição no Luxemburgo até dia de junho.

O documentário de Diogo Varela Silva, que acaba de ganhar o prémio para o melhor trailer do ano pela Academia Portuguesa de Cinema, é exibido no cinema Utopia, na capital luxemburguesa.

Diogo Varela Silva conviveu com o guitarrista dos Xutos desde miúdo por razões familiares e tem no sangue a música. “Zé Pedro Rock’n’Roll” é, por isso, um filme muito pessoal, muito íntimo.

A simpatia do rocker era transbordante, mesmo para quem nunca o cruzou na vida real. E isso vê-se no filme de Varela Silva, através de testemunhos mas, sobretudo, graças às imagens do tempo de Zé Pedro que o realizador foi encontrar aqui e ali num verdadeiro trabalho de pesquisa.

Mas talvez mais importantes do que essas imagens são os relatos de amigos e familiares que o criador de “Zé Pedro Rock’n’Roll” foi entrevistando. Alguns desses momentos são extremamente emotivos e permitem descobrir a relação que o herói deste documentário mantinha com aqueles que o rodeavam.

Diogo Varela Silva conheceu muito bem Zé Pedro durante anos, sobretudo quando era miúdo, e nota-se o fascínio que aquela original pessoa lhe provocou. Muitos anos depois, o criador deste filme não mudou de perspetiva e olha de baixo para cima para este homem que também tinha ídolos e que, dá a impressão, nunca sentiu que fosse um.

Para o realizador, o documentário mostra ainda “o porquê de o Zé Pedro ter sido o Zé Pedro, como chegou onde chegou, quais os impulsos que o levaram até onde ele foi”. E a empatia que o músico conquistou junto do público, dentro e fora dos Xutos & Pontapés, tem uma explicação para Varela Silva: “Tem a ver com essa coisa de ele nunca ter perdido esse contacto com as bandas de que gostava. Ou seja, ele percebia perfeitamente os fãs”, já que Zé Pedro também era um fã.

O filme permite ainda descobrir que a relação do artista com a música vinha desde novo, por influência do pai, e uma das memórias é uma ida ao festival Cascais Jazz, na adolescência, que é recordada no documentário.

No verão de 1977, numa viagem de comboio pela Europa, foi a um festival punk no sul de França, decisivo para a formação pessoal e para o que queria fazer de futuro.

De regresso a Lisboa, mergulhado na estética punk-rock, formou os Xutos & Pontapés, cujo primeiro concerto aconteceu a 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.

No documentário são recordados os problemas de saúde, derivados dos excessos com a droga e o álcool, o transplante de fígado e a vida de palco.

“Zé Pedro Rock’n’Roll” é um documentário obrigatório para quem gosta dos Xutos, de Zé Pedro, e da música em geral. A abordagem escolhida por Diogo Varela Silva torna o filme universal e a provável estão os inúmeros prémios que o filme conquistou em festivais pelo mundo fora. E agora podemos vê-lo no âmbito do Cineclube Português do Luxemburgo, um projeto que tem o apoio da DGACCP do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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