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Sondagem procura saber mais sobre portugueses dos Estados Unidos

O Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS) lançou a terceira edição da pesquisa PALCUS Index National Survey, para obter informações mais detalhadas sobre a comunidade de origem portuguesa nos Estados Unidos, incluindo orientação política e ligação a Portugal. 

Estes dados permitirão ao Conselho e aos líderes comunitários identificar tendências e os problemas e prioridades da comunidade luso-americana, segundo disse à Lusa a investigadora Dulce Maria Scott, da Anderson University, que analisará os resultados. 

“Esta pesquisa vai dar-nos dados que não conseguimos obter em mais lado nenhum”, afirmou a académica, explicando que as áreas de foco são aquelas que não estão incluídas na American Community Survey (ACS), conduzida pelo gabinete do Censo. 

“Eles têm dados sobre demografia e variáveis socioeconómicas”, detalhou, “mas não incluem questões sobre as conexões que as pessoas têm com a sua cultura, a sua comunidade e Portugal”. 

O primeiro Index foi realizado em 2017 sem uma amostra representativa e o segundo decorreu entre 2019 e 2020. Agora, com a introdução de novas questões e remoção de outras, a equipa espera conseguir entre 1.500 e 2.000 respostas representativas da população de origem portuguesa nos EUA, que ronda 1,4 milhões. 

“Estamos a usar as redes sociais e a trabalhar com organizações e universidades para atingir a quota pretendida”, disse Dulce Scott, referindo que é mais fácil receber respostas da Califórnia que do Massachusetts, por exemplo. 

Um dos objetivos é perceber que tendências estão a acontecer nas várias gerações de portugueses, entre imigrantes, filhos e netos de imigrantes nascidos nos EUA e por aí adiante. 

“É muito importante traçar a integração de luso-americanos na sociedade americana” e “perceber se estão a manter as suas comunidades distintivas, a sua cultura”, frisou. 

Para o Conselho Luso-Americano, também é interessante identificar quais são os problemas sociais mais salientes nas comunidades e quais as prioridades em termos de investimento de tempo e recursos. 

“Querem mais aulas de português? Querem a construção de monumentos ou coisas relacionadas com a herança cultural portuguesa?”, exemplificou Scott. Nas pesquisas anteriores, os inquiridos disseram estar preocupados com a capacidade de manter salões e outras organizações comunitárias nas gerações futuras. 

“A PALCUS está à procura de questões onde possa tomar ação ou assistir outros a fazê-lo, para a manutenção da cultura distinta e estrutura organizacional da diáspora, que foi criada pela geração imigrante” nos Estados Unidos, acrescentou. 

O tema tem ganhado importância devido ao declínio substancial da emigração portuguesa para os EUA e a passagem de testemunho àqueles que já nasceram no país. 

“Não é útil apenas para a PALCUS, há muitas organizações ao nível local e estadual que podem beneficiar desta informação”, referiu a académica. 

Por exemplo, se as pessoas disserem que querem mais representação política de luso-americanos, então as organizações podem investir na eleição de políticos de origem portuguesa, disse. 

Uma das novas questões é sobre a orientação política, desde “liberal” a “conservador” ou “neutro” (mas não em quem a pessoa vota). 

“A importância desta questão emergiu porque as pessoas estavam a questionar-se sobre o posicionamento da comunidade portuguesa”, descreveu. 

Outra questão nova é sobre o envolvimento das pessoas nas suas comunidades, como pertença a organizações e participação em eventos culturais. 

A pesquisa tem 49 perguntas, menos vinte que a edição anterior, e está organizada de forma a ser intuitiva e evitar que as pessoas desistam a meio. 

A decorrer online, através do link www.buff.ly/3Ujv4NJ, a pesquisa estará aberta durante alguns meses até que seja alcançada uma amostra representativa. 

Dulce Scott disse que a intenção é apresentar os resultados antes ou por altura da 26.ª gala PALCUS, que decorrerá a 12 de outubro. 

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