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Ribeira de Pena com falta de água por chegada de emigrantes

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A Câmara de Ribeira de Pena está a abastecer os depósitos do concelho, através de cisternas, para mitigar a escassez de água e dar resposta às necessidades da população que praticamente “quintuplicou” com a chegada dos emigrantes.

“Temos recorrido aos nossos meios de transporte de água para reabastecer os depósitos, porque as captações não conseguem satisfazer as necessidades. Em Ribeira de Pena não chegamos a 6.000 pessoas e, neste momento, devemos ter uma população entre as 25.000 e as 30.000” pessoas, afirmou esta segunda-feira à agência Lusa o presidente do município do distrito de Vila Real, João Noronha.

A população, segundo o autarca, “praticamente quintuplicou” com o regresso dos emigrantes neste verão. Segundo o resultado dos censos 2021, o concelho de Ribeira de Pena tinha 5.885 residentes.

“É bom, porque os nossos conterrâneos regressaram à sua terra natal, mas o consumo de água disparou e temos aqui um problema. Temos muitas mais pessoas e, pelo contrário, as nascentes estão muito reduzidas”, referiu.

Por isso, segundo João Noronha, as cisternas estão a trabalhar permanentemente no reabastecimento dos depósitos. “Os serviços municipalizados andam 24 sobre 24 horas a percorrer o nosso território, que é vasto, com imensos depósitos para que, a água continue a chegar às nossas torneiras”, afirmou o autarca.

O abastecimento de água às populações neste concelho é feito através de “cerca 90 nascentes e captações” espalhadas por todo o território.

“As nascentes não conseguiram recuperar, não houve inverno e estamos com esta seca extrema”, lamentou, referindo que “não obstante dos investimentos realizados nos últimos anos no reforço das captações, tem sido difícil superar os elevados níveis de consumo nesta altura do ano”.

Por causa das condições meteorológicas que se fazem sentir, com temperaturas elevadas, a ausência de chuva e a consequente redução do volume dos caudais de água que abastecem o concelho, a câmara está também, acrescentou, a apelar à poupança de água e contra o seu uso indevido e a sensibilizar à “adoção de práticas e pequenos gestos diários”.

“A água de consumo não é para regar viaturas, pátios, não é uma encher piscinas. Temos que ter um cuidado acrescido”, frisou João Noronha.

O autarca lembrou que ainda nem se está a meio do mês de agosto e que não há previsões de chuva.

“Há muitos meses que não chove e as captações estão mesmo em mínimos. É uma situação que nos preocupa e estamos a fazer um esforço muito grande para que a água continue a chegar às torneiras das nossas habitações”, reforçou.

Os reabastecimentos estão a ser feitos por meios do município e o recurso aos bombeiros é apenas feito em “situações extremas” porque, explicou, não se quer retirar estes operacionais da missão de vigilância e combate aos incêndios.

“Temos uma vasta floresta, um território muito arborizado, temos a maior mancha contínua de pinheiro bravo da Península Ibérica”, salientou, apontando às várias ignições que se têm verificado no concelho nas últimas semanas, mas que, “felizmente, têm sido controladas à nascença”.

No entanto, frisou, “todos os cuidados são poucos”.

As duas novas albufeiras, das barragens de Daivões (Ribeira de Pena) e Gouvães (Vila Pouca de Aguiar), inseridas no Sistema Eletroprodutor do Tâmega, têm ajudado, segundo apontou o autarca, aos reabastecimentos das aeronaves que andam a combater os incêndios um pouco por toda a região.

“Ainda bem que temos aqui este espelho de água que contribui de forma decisiva para o combate aos incêndios”, frisou João Noronha.

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