O presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse no dia 25 de abril que, com a “polarização dos extremos, à esquerda e à direita”, o mais difícil é ser “um político moderado”.
Carlos Moedas falava aos jornalistas durante a sua participação no desfile do 25 de Abril, em Lisboa, que juntou milhares de pessoas na Avenida da Liberdade, numa demonstração do que o autarca classificou de “uma festa de união” dos portugueses.
“É preciso estarmos unidos. O 25 de abril não é de uns nem de outros, é de todos, de todos os portugueses e é preciso que essa união seja real”, disse.
E recordou que deve à revolução o que hoje é: “Não seria presidente da câmara, não teria feito a carreira que fiz, porque era um miúdo de uma família pobre do Alentejo e aqui estou e ver esta união entre os portugueses”.
Carlos Moedas referiu que a sociedade se polarizou, “não só em Portugal, mas também na Europa” e que “essa polarização é má para a democracia, esse distanciamento, esse ódio que muitas vezes é criado”.
“O problema de hoje não é só a extrema-direita, é também a extrema-esquerda; há uma polarização dos extremos, à esquerda e à direita, que é perigosa para a sociedade e para a democracia”, observou.
“O mais importante e o mais difícil hoje é ser um político moderado e um político moderado tem que ter também, às vezes, uma linguagem agressiva dessa moderação, porque essa moderação é a democracia”, prosseguiu.
Milhares de pessoas saíram hoje às ruas em vários pontos de Portugal, empunhando cravos e cartazes com palavras de ordem e de reconhecimento pela revolução dos cravos.
Em Lisboa, a Avenida da Liberdade encheu-se por completo desde o Marquês de Pombal e avenidas próximas, em direção a um Rossio que há vários anos não estava tão repleto de participantes nas comemorações do 25 de Abril de 1974.