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O que é português é bom, mas isso não chega para os venezuelanos

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O empresário Roberto dos Santos considerou que apesar da alta qualidade dos produtos portugueses, o “Made in Portugal” continua a ter pouca penetração na Venezuela em comparação com italianos e espanhóis.

“Temos produtos de boa qualidade, mas o ‘Made in Portugal’, não tem a penetração que devia ter. Os produtos portugueses são tão bons como os italianos, os espanhóis, mas falta promoção em termos de marketing”, disse à agência Lusa o administrador de uma padaria.

O empresário remodelou recentemente as instalações da padaria, passando a oferecer produtos com marca própria, 18 tipos de pão e apostou na promoção local do pastel de nata português.

Contente por ser “embaixador dos produtos e da cultura portuguesa” em Caracas, Roberto dos Santos considera que chegou a hora de dar mais visibilidade aos produtos portugueses.

“Nós, como comunidade portuguesa, o Governo e todas as instituições têm de contribuir (à promoção) porque temos produtos de qualidade, alimentos de qualidade e temos de ter a consciência disso”, referiu.

Entre os produtos portugueses que distribui, estão queijos, manteiga, azeite e conservas, de sardinha e atum: “não chegam muitos, mas o que nos chega fazemos a promoção e as pessoas gostam muito”.

Sobre a padaria La Rosita, que gere, explicou que foi fundada em 1967, em Las Delícias (leste de Caracas), pelo pai, Cristiano dos Santos Neto.

Antes da pandemia da covid-19 distribuíam pão a 135 restaurantes de Caracas, mas depois foi preciso “repensar, reinventar o negócio”.

“Optámos então por fornecer pão aos supermercados, por fazer chegar os nossos produtos à nossa clientela de diferentes partes de Caracas, que não podia chegar à padaria (devido às restrições da covid-19) e que era maioritariamente galega, italiana e portuguesa”, disse.

A mudança, explicou, deu visibilidade à padaria, o que motivou uma remodelação e redesenho da infraestrutura física, do logótipo. Isso deu visibilidade à marca e como parte das negociações vão abrir, proximamente, pequenas lojas com aquela marca em sítios estratégicos de Caracas.

“Nós somos de uma família de padeiros, a minha avó era conhecida como Maria Padeira, em Montouro, Coimbra. O meu pai, Cristiano dos Santos, também sabia fazer pão e transmitiu-me esse conhecimento, que adorei”, disse.

“Apostamos em oferecer pão de boa qualidade a bom preço e dar a oportunidade aos nossos clientes de comerem diferentes tipos de pão”, disse, referindo que tem agora um novo “produto estrela: o pastel de nata português, que é muito apreciado também pelos venezuelanos”.

“Fomos a Portugal, procurámos um dos melhores pasteleiros portugueses e chegámos a um acordo para vir à Venezuela dar formação e aconteceu uma coisa fantástica, os venezuelanos estão a habituar-se a vir à tarde lanchar e tomar um café com um pastel de nata”, explicou.

Apesar da crise na Venezuela, Roberto dos Santos disse confiar no futuro de um país que é consumista, que tem dado muitas oportunidades aos portugueses, que estão muito agradecidos por isso.

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