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Hong Kong: Consulado português quer proteger estudantes

O Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong pediu esta quarta-feira aos estudantes portugueses na ex-colónia britânica que enviem os seus dados pessoais para obterem apoio, numa altura em que se registam violentos confrontos em universidades do território.

Em resposta à Lusa, o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse estimar que “existam cerca de 20.000 indivíduos em Hong Kong com passaporte português, dos quais entre 500 e 1.000 serão portugueses expatriados”.

Paulo Cunha Alves acrescentou que os estudantes têm estado em contacto com as autoridades consulares, que já reuniram “uma lista com perto de duas dezenas de nomes”.

No entanto, esclareceu o diplomata, “alguns são chineses com passaporte português e, nestes casos, a proteção consular compete às autoridades da Região Administrativa Especial de Macau”.

De acordo com a lei da nacionalidade chinesa “o passaporte português não concede a nacionalidade portuguesa, sendo considerado apenas um documento de viagem”, explicou.

Num comunicado divulgado no Facebook , a representação diplomática solicitou “a todos os estudantes de nacionalidade portuguesa que se encontrem em Hong Kong que transmitam via email para o endereço as seguintes informações: nome; Cartão de Cidadão ou passaporte; contacto telefónico; email; universidade onde estão a estudar”, lê-se num comunicado divulgado no Facebook do consulado português.

“Estas informações são essenciais para o consulado poder prestar qualquer apoio em caso de necessidade”, apontou.

Em situação de emergência, acrescentou o Consulado, os estudantes podem “procurar apoio através do telefone +853 28356632 ou do endereço ou ao Gabinete de Emergência Consular (atendimento 24 horas) pelos números +351 217929714/ +351 961706472 ou do endereço ”.

As universidades de Hong Kong tornaram-se desde segunda-feira, pela primeira, palco de violentos confrontos.

Na Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK) a polícia usou, na terça-feira, gás lacrimogéneo e balas de borracha contra centenas de manifestantes que construíram barricadas improvisadas e que lançaram tijolos, cocktails molotov, entre outros objetos, contra as autoridades.

Durante a manhã de quarta-feira (madrugada em Lisboa) os manifestantes voltaram a construir barreiras improvisadas e colocaram tijolos nas estradas um pouco por toda a cidade e também em algumas universidades, com a CUHK a registar momentos de maior tensão, de acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP).

Na área financeira da cidade já foram efetuadas várias detenções por parte da polícia.

Pelo menos 11 instituições de ensino superior, anunciaram que as aulas estão suspensas, de acordo com a emissora RTHK.

Segundo o SCMP, a CUHK vai suspender as aulas até ao fim do mês.

Mais de 80 estudantes chineses do continente da CUHK foram retirados dos campus devido aos confrontos.

Estes estudantes chineses foram transportados para a cidade vizinha de Shenzhen, noticiou ainda o SCMP.

Várias centenas de manifestantes encontram-se ainda no campus da CUHK, apesar da noite de caos e confrontos violentos com a polícia, no dia anterior.

Em conferência de imprensa, a polícia de Hong Kong acusou a CUHK de se ter transformado numa “fábrica de armas”.

As forças afirmaram que 400 bombas de cocktails molotov foram lançadas contra as autoridades na terça-feira e “várias centenas” foram lançadas no campus desta universidade. Do lado da polícia foram lançados 1.567 disparos de gás lacrimogéneo, na terça-feira e 1.312 balas de borracha.

Muitas estações de metropolitano e de comboio foram encerradas depois de os manifestantes antigovernamentais e pró-democracia terem bloqueado as entradas e vandalizado as instalações.

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