Filmes do lusodescendente Basil da Cunha exibidos no Porto
O cinema do realizador luso-suíço Basil da Cunha, incluindo a mais recente curta-metragem “2720”, vai ser mostrado, a partir de sábado, numa retrospetiva no Batalha – Centro de Cinema, no Porto.
“Entre o realismo social e o imaginário poético, o seu cinema centra-se em personagens que anseiam viver outras realidades além das que lhes são conhecidas, através do sonho e fantasia”, afirma o Batalha na página oficial.
O ciclo começa no sábado com “O Fim do Mundo” (2019), a segunda longa-metragem de Basil da Cunha, rodado no bairro da Reboleira, na Amadora, que tem sido central na sua obra cinematográfica.
“O fim do Mundo” conta a história de Spira, um jovem que regressa ao bairro, depois de ter passado oito anos numa casa de correção. É no bairro que reencontra a família e os amigos de infância e tenta a reintegração entre os que lá moram.
Em 2020, antes da estreia nos cinemas portugueses, Basil da Cunha contava à agência Lusa que queria fazer mais filmes naquele bairro porque “o cinema serve para inscrever comunidades que infelizmente estão na sombra na história de um país”.
O Batalha – Centro de Cinema lembra que os filmes de Basil da Cunha, exibido já em festivais como o de Cannes e Locarno, “são declarações de amor ao seu bairro, são respostas à urgência de mostrar um novo olhar sobre as suas pessoas”.
Outra das sessões no Porto, a 04 de junho, reunirá as curtas-metragens “Nuvem” (2011), “Os vivos também choram” (2012) e “Nuvem Negra” (2014).
A 11 de junho passa “Até ver a luz” (2013), a primeira longa-metragem, que conta a história de Sombra, “um homem acabado de sair da prisão, que volta à sua vida de traficante no bairro da Reboleira”.
A retrospetiva, que contará com a presença de Basil da Cunha, termina no dia 17 de junho com “2720”, curta-metragem exibida já este ano no festival Visions du Réel, na Suíça.
Rodado na Reboleira, mais uma vez com atores não profissionais, o filme foca-se em duas personagens: “Camila, de sete anos, que parte em busca do irmão desaparecido após uma rusga policial, e Jysone que, em liberdade após cumprir uma pena de prisão, percorre o bairro à procura de boleia para o emprego”, refere a sinopse.
Comissariado e coproduzido pelo Batalha – Centro de Cinema, “2720” será apresentado em filme-concerto com Cachupa Psicadélica, Henrique Silva e Eliana Rosa.
Basil da Cunha, tem 37 anos, nasceu na Suíça, filho de pai português e mãe suíça, e vive em Portugal. Tem em mãos a produção do filme de ficção “Manga d’Terra”.