É “fascinante” seguir a fachoesfera francesa que entrou no combate antivax (atenção nem todos os antivax fazem parte da fachoesfera) e que entrou no combate pro-Putin.
É interessante ver como utilizam os mesmos argumentos e utilizam os mesmos métodos típicos do complotismo que já utilizavam contra as vacinas.
– chamam manada aos outros (que fazem manifs, que põem bandeiras, etc., tal como gozavam com quem se vacinava)
– acham que a Nato é “o braço armado do judaísmo político”, que o que se passa na Ucrânia é também um complot dos americanos, judeus, Soros, etc.
– estão chateados porque viam a RT onde tinham acesso à propaganda antivax
– tal como para a propaganda antivax, comentam com imensos links, com textos e vídeos, impossível de confirmar tudo para os seus interlocutores
– veem na questão da Ucrânia um pretexto para impor ainda mais limitações aos cidadãos (passar do recolher obrigatório sanitário ao recolher obrigatório tout-court)
– têm discurso discriminatório contra os refugiados ucranianos, não os querem cá, não querem que entrem na UE, da qual querem sair (Frexit).
– sentem fascínio pelo Putin homem forte, nacionalista, garante dos valores tradicionais, o que faz barragem ao mundialismo
Um dos líderes desta facharia antivax anti-Ucrânia é aqui o Florian Philippot, que foi a cabeça pensante do Rassemblement National da Marine Le Pen, mas que, entretanto, saiu do partido e criou outro.
Existem outros grupos. Existe também facharia pro-ucraniana que “pensa” que Putin é comunista.
Luísa Semedo