O campeão nacional Benfica transcendeu-se depois do intervalo para bater o FC Porto (2-0), na 45.ª edição da Supertaça Cândido de Oliveira de futebol, apagando o controlo revelado pelo detentor da Taça de Portugal até ao intervalo.
No Estádio Municipal de Aveiro, o reforço argentino Ángel Di María adiantou as ‘águias’, aos 62 minutos, abrilhantando o primeiro desafio oficial desde o seu recente regresso ao clube da Luz 13 anos depois, numa vantagem ampliada pelo croata Petar Musa, aos 68.
Os ‘dragões’ acabaram em inferioridade numérica, face à expulsão com cartão vermelho direto do capitão Pepe, após uma agressão a David Jurásek sancionada com recurso ao videoárbitro (VAR), aos 90 minutos de um jogo cheio de faltas, cartões e altercações.
O treinador portista Sérgio Conceição também foi expulso, devido a protestos, aos 90+7, mas demorou algum tempo a acatar a decisão da equipa de arbitragem liderada por Luís Godinho, que, cinco minutos antes, tinha invalidado um golo a Galeno através do VAR.
Ao reeditar o desfecho de 1985, o Benfica venceu a Supertaça pela nona vez e igualou o Sporting no segundo lugar do palmarés da prova, que continua a ser largamente liderado pelo FC Porto, com 23 troféus, 11 dos quais obtidos precisamente frente ao rival de hoje.
Dias depois de ter visto o goleador Gonçalo Ramos rumar ao Paris Saint-Germain, Roger Schmidt surpreendeu com a inclusão de Rafa em vez de Petar Musa no eixo ofensivo e a presença de João Neves ao lado do estreante Orkun Kökçü no meio-campo ‘encarnado’.
Os ‘dragões’ arrancaram sem tantas novidades, à exceção do guarda-redes Diogo Costa, recuperado de lesão, e do avançado Danny Namaso, que acompanhou Mehdi Taremi no ataque, utilizando a pressão alta habitual da ‘era’ Sérgio Conceição para ditarem o ritmo.
Galeno desequilibrou pela esquerda e causou perigo logo aos sete segundos, ao atirar às malhas laterais, somando novas investidas para fora, aos sexto e nono minutos, ao passo que Taremi, isolado por Pepê na direita, vacilou perante Odysseas Vlachodimos, aos 13.
Com Fredrik Aursnes a apoiar Rafa pelo corredor central, o Benfica equilibrou em termos territoriais a seguir ao primeiro quarto de hora, mas limitou-se a ameaçar de fora da área, por João Mário, aos 18 minutos, e por Kökçü, que atirou à figura de Diogo Costa, aos 27.
A imprecisão técnica no último terço foi contagiando cada rival, tal como provou Galeno à meia hora, ao desperdiçar um ‘raide’ na área e permitir a interceção dos centrais Nicolás Otamendi e António Silva, sinal de uma reta final de primeiro tempo parca em qualidade.
O registo quezilento, que originou sete cartões amarelos a caminho do intervalo, persistiu no reatamento, mas sob o crescente protagonismo das ‘águias’, cujas entradas do reforço David Jurásek e de Musa, substituto de João Mário, deixaram o FC Porto desconfortável.
A aproximação do avançado croata a Rafa, derivando Aursnes para a esquerda, virou as bases do encontro e ajudou os ‘encarnados’ a direcionarem a tendência para a baliza de Diogo Costa, chamado a intervir perante um ‘tiro’ inofensivo de Di María, aos 61 minutos.
O extremo levaria a melhor poucos instantes depois, ao ser servido na direita por Kökçü, que tinha captado um passe errado de Pepê à saída da própria área, para desbloquear o marcador com um remate em arco, que ainda resvalou no ‘dono’ da baliza dos ‘dragões’.
As melhorias substanciais do conjunto de Roger Schmidt foram novamente vincadas aos 68 minutos, quando Musa correspondeu ao cruzamento na direita de Rafa e deixou cada vez mais desnorteado o conjunto de Sérgio Conceição, que, além dos dois momentos de descarga emocional e do golo anulado a Galeno nos ‘descontos’, quase sofreu o 3-0 por Rafa, aos 89, e numa dupla oportunidade de Musa afastada por Diogo Costa, aos 90+6.