O “terrorista” que queria vexar Hollande mas não conseguiu

Na verdade, a única coisa que Sidi Souleymane conseguiu foi avariar o faxe da mercearia do seu tio… Com uma fatia de fiambre.

Sidi Souleymane é um jovem como muitos outros na aglomeração parisiense. Vive com a sua mãe num bairro “complicado” de Bobigny, nos arredores de Paris. Tem quase 19 anos, não estuda, está no desemprego e sente dificuldade em aceder ao mercado de trabalho. Muito provavelmente porque é de origem muçulmana. O seu sentimento de exclusão levou-o a procurar conforto junto do grupúsculo islamita ACNI, autodenominado movimento de jovens imberbes e acnosos solidários com os islâmicos no Magrebe.

Depois de a França ter lançado uma ofensiva militar contra a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e seus aliados no Mali, a ACNI decidiu apelar aos jovens muçulmanos que ataquem os franceses e seus interesses. Foi assim que Sidi Souleymane teve a ideia de lançar um ataque difamatório, mas não contra um francês qualquer. Ele decidiu atacar François Hollande!

Sidi comprou fiambre de porco – cuja carne é proibida ao consumo pelas religiões muçulmana e judaica – na mercearia portuguesa de Bobigny. Durante a noite, penetrou na loja do seu tio e enfiou uma fatia da dita charcutaria da marca Nobre no faxe, bloqueando este depois de ter enviado a telecópia para o Palácio do Eliseu.

O gabinete do presidente François Hollande diz ter recebido um faxe durante a madrugada mas não percebeu o que seria aquela mancha negra que aparecia na folha. “Realmente, o faxe parecia cheirar a carne”, confidenciou um elemento da presidência francesa.

Sidi reconheceu junto da polícia francesa que pensava que uma verdadeira fatia de fiambre entraria no faxe do presidente Hollande e que este sentiria na pele o desprezo que Sidi sente pelo Estado francês e por todos os pró-sionistas.

Sidi Souleymane voltou para casa ridicularizado pela polícia, gozado pelos do seu bairro, mas, pelo menos, ficou também a saber o modo de funcionamento da telecópia e foi agradecido pela Nobre por ter tentado introduzir um seu produto no Palácio do Eliseu. Não é todos os dias que uma marca portuguesa se pode orgulhar de estar presente nas casas dos mais poderosos deste mundo.

Ivan G.