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Três nomes da cultura portuguesa no Luxemburgo

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Durante os primeiros três dias desta semana foi possível assistir a três eventos de exceção e grande qualidade, tendo como protagonistas a poesia, a música e teatro de autoras portuguesas: Filipa Leal, Raquel Cerejo Martins e Mafalda Veiga. 

Na segunda-feira, o Centro Nacional de Línguas, na cidade luxemburguesa de Mersch, foi palco para uma noite de poesia teatro e fado.  Com uma sala cheia e atenta, Sónia da Silva e Adília Carvalho conduziram a apresentação e leitura de poemas das poetisas portuguesas Raquel Cerejo Martins e Filipa Leal. 

Este encontro teve também como  objetivo apresentar a tradução do livro de poemas “Vale Formoso” de Filipa Leal, traduzido para o francês pela tradutora, Sónia da Silva e editado pelas edições PHI.  As atrizes de teatro portuguesas, Rita Reis e Magaly Teixeira, representaram excertos da peça de Teatro “Iguana Viúva” de Raquel Cerejo Martins. 

Momentos de grande emotividade e partilha foram sentidos quando a atriz e fadista Magaly Teixeira acompanhada à guitarra por Pedro Quintas, deu voz ao fado com temas extraídos do repertório dos nomes maiores do fado português. 

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Na terça-feira, no Camões, foi apresentada a tradução do livro realizada por Sónia Silva, “Vale Formoso”, da autora Filipa Leal. Autora e tradutora falaram  do livro e  leram poemas em português e francês. A conversa também incidiu sobre a complexidade da tradução da poesia e do trabalho delicado que é a escolha das palavras que traduzam a verdadeira essência do poema. 

“Vale Formoso” é uma recolha de poemas escrita em 2012 e editada em Portugal pela editora Deriva.  Vale Formoso leva-nos numa viagem metafórica a um lugar imaginário no qual, António Mega Ferreira define no posfácio que escreveu para o livro como: “lugar mítico, evidentemente incompleto e inatingível, Vale Formoso é o lugar ideal para o Amor, onde tudo poderia acontecer de tal forma que “não te faltasse água”. Ou seja, onde o amor pudesse ser saciado na sua completude

O lugar do amor é um lugar onde podemos chegar sem entraves nem medos, sozinhos ou acompanhados e onde a partilha faz todo o sentido.

“Não foi difícil Chegar ao vale Formoso.

Atravessei sozinha, pela primeira vez, a ponte e desci sozinha, pela primeira vez, o teu país. 

Não estranhes: é natural que já me parecesse teu o país, que até me parecesse tua a ponte. 

Vale Formoso é esta ideia de lugar imaginado preenchido de ausências e sentimentos cristalizados ao longo da passagem do tempo.

Na quarta-feira, dia 26, também no Camões – Centro Cultural Português, a cantora Mafalda Veiga apresentou o seu mais recente trabalho, o EP “Geografia Particular” a um publico atento e entusiasta. 

Numa entrevista conduzida pela diretora do Camões, Adília Carvalho, Mafalda Veiga falou do processo de edição deste seu mais recente trabalho e brindou o público presente com a atuação de temas antigos do seu repertório discográfico. 

Que abençoados nos sentimos por poder receber e escutar estas vozes da poesia e da canção portugueses neste país de acolhimento. E que sentido fazem estas viagens feita na linguagem dos poetas aos lugares da infância e do coração. 

São Gonçalves

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