O deputado do Partido Socialista (PS), eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, defendeu que tem de haver “uma revolução” dentro do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), para que as políticas para as comunidades portuguesas sejam “devidamente consideradas“.

“Olhando para Orçamento do Estado (OE), [percebe-se a] necessidade de haver quase uma revolução dentro do MNE e dentro do Governo, para que as políticas para as comunidades portuguesas possam ser devidamente consideradas”, disse à Lusa Paulo Pisco, que participou hoje na iniciativa “Autorretrato da Comunidade Portuguesa – Paris 2012”, promovida pela secção do Partido Socialista português, em Paris.

O deputado afirmou que, analisando a rubrica do OE respeitante às comunidades, se verifica que “as verbas não se conseguem destacar por si próprias”, e que, nesse sentido, “é impossível que haja algum tipo de políticas consistentes, que permitam que se faça uma reflexão e uma abordagem estratégica a cada uma das áreas”.

“Enquanto não houver uma verba anual destinada a cada um dos domínios, como a promoção da participação cívica, ou a cultura nas comunidades, aquilo que acontecerá sempre é que a Secretaria de Estado [das Comunidades Portuguesas] vai buscar verbas aleatoriamente ao montante que tem disponível, e que nunca se sabe muito bem qual é, e que depois aplica em iniciativas que são avulsas, aleatórias, e acaba por fazer com que as políticas para as comunidades sejam políticas de iniciativas pontuais e, muitas vezes, sem continuidade”, argumentou Paulo Pisco.

Assim, acrescentou, é também “impossível haver a consideração que deveria haver [por parte] do Estado português, relativamente aos portugueses que vivem fora do país”.

O socialista sublinhou que esta constatação que faz em relação ao OE para 2013, podia ser feita em relação outros Orçamentos de anos anteriores, considerando que “é por isso que é necessário haver uma mudança radical”.

Este encontro, que decorreu hoje na sede do PS francês, enquadra-se na iniciativa do PS “Ouvir os Portugueses”, que tem por objetivo recolher contributos e propostas para melhorar o país.