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Engenheiros portugueses estão a emigrar por necessidade

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Clique para ampliar Os engenheiros portugueses que nos últimos tempos emigraram foram movidos “não por vontade mas por necessidade”, disse, no Porto, o bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), Carlos Matias Ramos.

O responsável falava num encontro com jornalistas, no âmbito do lançamento do livro comemorativo dos 75 anos da OE, que será lançado hoje à tarde, naquela cidade, e cujos autores são Maria Fernanda Rollo e Ana Paula Pires.

Carlos Matias Ramos, antigo diretor do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, afirmou que há hoje “problemas graves”, a nível nacional, no que respeita à empregabilidade nesta área profissional, em especial para os engenheiros civis, vítimas, também eles, da crise que atinge todo o setor da construção civil.

“A engenharia civil é talvez a mais afetada” pela crise económica portuguesa, reforçou.

O responsável recordou, também, os “ordenados degradantes” que surgiram recentemente através de “anúncios oficiais”, considerando que “os melhores (engenheiros) não vão aceitar”, o que disse ser um “tratamento desumanizado”, que tem origem tanto no “Estado” como entre os privados.

A Ordem considera, por outro lado, que importa fazer uma “reflexão sobre a quantidade de cursos que são oferecidos” em Portugal, que “são excessivos, claramente”.

Carlos Matias Ramos deu o exemplo da oferta disponível no interior centro do país, “numa zona como 300 mil habitantes, que tem “seis cursos com nome de engenharia civil”.

Segundo acrescentou, são cursos em escolas públicas existentes em “Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Tomar e na Universidade da Beira Interior”, esta na Covilhã.

Num território que vai “de Leiria até à fronteira”, “foram pouco mais de 50 os alunos que se inscreveram na primeira fase em todas as escolas nos cursos de engenharia civil”, o equivalente a “duas turmas”, afirmou.

Todas essas escolas são “públicas”, a maioria delas “politécnicos”, adiantou ainda.

“O que é que se pretende do ensino superior público universitário” e do equivalente “politécnico, “para separar bem os objetivos”, é outra questão que Carlos Matias Ramos entende como sendo credora de atenção por parte do Governo.

“Temos uma oferta a mais e desajustada à realidade do país. Há mais de 580 cursos públicos e privados” de engenharia em Portugal, completou Carlos Matias Ramos

A empregabilidade e a “mobilidade profissional” estarão, aliás, em foco no 19.º Congresso da Ordem dos Engenheiros, que se realiza nos dias 19 e 20, em Lisboa, sob o lema “Sociedade, Território e Ambiente – a intervenção do engenheiro”.

“Num contexto de crise, reforça-se a necessidade de critérios exigentes na aplicação dos recursos nacionais e na definição das políticas públicas, só possíveis com a intervenção de profissionais bem preparados e atualizados”, justifica a Ordem.

Pela primeira vez, os engenheiros de língua portuguesa terão seu próprio congresso, no dia 18, com a participação, nomeadamente, de representantes de Timor-Leste e de Macau.

Com este congresso lusófono, “a Ordem dos Engenheiros pretende estabelecer uma plataforma de comunicação entre os países participantes, potenciadora de contactos privilegiados entre as entidades públicas e privadas”.

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