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5 de Outubro: Marcelo apela a mudança e liberdade

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa discursa durante a cerimónia comemorativa do 113º aniversário da Implantação da República Portuguesa, na Câmara Municipal de Lisboa, 5 de outubro de 2923. TIAGO PETINGA/LUSA

No discurso da cerimónia comemorativa da Implantação da República, Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a necessidade das instituições mudarem “a bem ou a mal”, sublinhando a importância de se superarem desafios como a pobreza, as desigualdades sociais, ou o reconhecimento das minorias, como os migrantes, numa altura em que vivemos “no meio de uma guerra global”.

​​No discurso da cerimónia comemorativa do 5 de Outubro, na Praça do Município, em Lisboa – e que contou com a presença, entre outros, do primeiro-ministro, António Costa, e do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva – Marcelo Rebelo de Sousa aludiu “à guerra global feita de muitas outras guerras” e alertou para os tantos que insistem “em não ver que a balança de poderes do mundo está em mudança”.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou como era Portugal há um século atrás, quando “o tempo parecia lento, sobretudo nos mundos rurais”. Nessa altura, “o dia a dia era a agricultura”, muitos portugueses emigraram e na Europa acreditava-se que a guerra não regressaria.

“Esse mundo e essa Europa e esse Portugal estavam, sem o saberem, no começo do seu fim.” Foi esse “o fim, do fim desses impérios”, com “o último dos impérios europeus a deixar de o ser: o português”, continuou o Presidente da República. Muitos países viveram depois ditaduras e “Portugal disso foi testemunha por um tempo que se diria infindável”.

Em 2023, “no meio de uma guerra global”, “a balança de poderes no mundo está em mudança – uns a descerem e outros a subirem”. Por essa razão, “ou as instituições, internacionais ou domésticas, mudam a bem ou mudarão a mal”, ou seja, “tarde e atabalhoadamente”.

“Tudo isso poderá suceder com a incapacidade ou a lentidão do superar da pobreza e das desigualdades sociais, ou no reconhecimento do papel da mulher, ou do papel das minorias migrantes e em particular dos jovens”, alertou. “Podemos fazer democracias mais fortes se não nos contentarmos em esperar para ver.”

Em temas como o clima, a energia, a inteligência artificial, as comunidades – “como as Nações Unidas, União Europeia, CPLP, NATO”, não podemos agir tarde demais, apela o Presidente da República. 

Para o presidente, a mudança requer “submergir pântanos, revolver águas paradas, abrir comportas demasiado tempo encerradas”, avisa Marcelo. “A mudança chega porque se prefere a antecipação ao conformismo, a abertura ao fechamento, a alteração das mentalidades, das instituições e das práticas ao situacionismo e à inércia.”

“Só depende de nós” – responsáveis e cidadãos – fazer as mudanças necessárias com informação que os nossos antepassados, diz Marcelo. Aqueles que no passado souberam “retirar lições do passado para evitar cometer erros iguais no futuro acabariam por liderar o futuro”.

“Vivemos em liberdade e não podemos deixar morrer essa liberdade”, apela o chefe de Estado, incluindo a liberdade de pensamento e de expressão, “custe o que custar”. É preciso que se “reforme a sério” e se siga esse “caminho das reformas, para não termos de ver contrarreformas fazerem ou pretenderem fazer aquilo que fizemos de conta que não importava assumir”.

“Em 2023 temos tempo. Não é ilimitado, mas temos tempo. No mundo, na Europa, entre nós. E espaço para abrir aos mais jovens, a novas ideias, a novos caminhos, a tempo, a liderança dos nossos futuros em liberdade e em democracia. A liberdade e a democracia que queremos que triunfarão sempre”, termina o chefe de Estado.

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