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Venezuela: embaixador destaca papel fundamental das associações

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O embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago, teceu elogios ao apego às tradições dos portugueses radicados no país, pedindo-lhes união e solidariedade com compatriotas carenciados.

O diplomata falava à agência Lusa, em Turumo, à margem da Festa de Nossa Senhora da Ajuda, que reuniu no domingo centenas de portugueses no Centro Marítimo da Venezuela (antigo Centro Luso de Caracas).

“A comunidade portuguesa na Venezuela passou tempos muito difíceis nos últimos anos (…) e portanto, eu aproveitei esta festa genuína, muito importante, de Nossa Senhora da Ajuda, que liga a nossa comunidade ao continente português e concretamente a Espinho, para fazer um apelo, para fazer um apelo a todo movimento associativo, para se unir”, disse.

“É uma comunidade de imenso trabalho, de grande dedicação à Venezuela e de grande dedicação à Portugal”, frisou.

O embaixador explicou que “o movimento associativo tem sido a chave da união dos portugueses na Venezuela”, sublinhando que os conterrâneos “estão bem integrados” que há os que “tiveram imenso sucesso e continuam a ter, mas há (também) aqueles que precisam de apoio e de ajuda”.

“O movimento de hoje é precisamente para, estando em festa e a celebrar Portugal, fazer um apelo também a todos os portugueses no sentido da entreajuda, de olhar para as franjas mais desfavorecidas, que continuam a existir, e dar o braço a todos, no apoio social”, frisou.

O professor Jany Morreira, fundador da comissão organizadora das festividades, sublinhou por seu lado a importância de celebrar a Festa de Nossa Senhora da Ajuda, uma tradição cuja continuidade dependerá dos luso-venezuelanos.

“Para nós é muito importante celebrar esta festa, porque reúne primeiro os que ainda ficam na Venezuela, oriundos da região de Aveiro, o nosso distrito. E depois para incentivar os luso-descendentes a manter as tradições do seu país”, disse.

Janny Moreira explicou que fundou há 15 anos a Comissão Organizadora da Festa de Nossa Senhora da Ajuda na Venezuela, da qual deixa agora a presidência.

“Fizemos já um percurso de oito festividades, mas temos feito peregrinações ao longo da toda a Venezuela, com as imagens (religiosas). Para mim tem sido um trabalho extraordinário, uma dedicação de 15 anos à comunidade portuguesa, nesta comissão da qual faço parte como fundador”, frisou.

Por outro lado, explicou que “a Senhora da Ajuda é uma das maiores festas do distrito de Aveiro, especificamente no Conselho de Espinho”.

“A nossa comunidade da região de Aveiro a maioria já regressou a Portugal, produto da crise de 2017 e 2018, e agora fica um pequeno vestígio dessa comunidade de Aveiro (…) por isso damos-lhe mais ênfase para realçar esta tradição que é muito nossa, muito de Aveiro”, disse.

O novo presidente da comissão organizadora, o lusodescendente Ricardo Pereira Alves, empresário e padeiro, explicou que desde há dois anos acompanha a organização da festa na qual, pouco a pouco, se foi integrando.

Apesar de ser descendente de emigrantes de Braga, e não de Espinho, assume a organização da festa como sua, sublinhando que “o principal é manter a cultura e as tradições do nosso país, aqui em Caracas, na Venezuela”.

“Vou continuar com esta tradição, todos os anos, enquanto Deus me ajudar”, disse sublinhando a sua devoção a Nossa Senhora da Ajuda.

Durante a festa foi feito um minuto de silêncio em memória do padre Alexandre Mendonça (1954 – 2021), antigo diretor da Missão Católica Portuguesa de Caracas, falecido em outubro de 2021 devido a complicações relacionadas com a covid-19.

As festividades ficaram ainda marcadas por um encontro de folclore infantil que reuniu crianças de várias nacionalidades, entre elas luso-venezuelanas e espanholas.

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