O primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, admitiu tomar novas medidas contra o que considera ser a pressão migratória fomentada pela vizinha Rússia, devido à qual já fechou quatro postos fronteiriços.
A Finlândia, que aderiu à NATO este ano em resposta à invasão russa à Ucrânia, acusou Moscovo de encaminhar para a fronteira finlandesa migrantes do Médio Oriente e de África sem documentação válida.
O governo fechou os postos fronteiriços no sudeste da Finlândia na semana passada, mas foram registadas novas chegadas de migrantes nos postos de controlo fronteiriços mais a norte.
“A situação progrediu negativamente”, afirmou Orpo, segundo a estação de televisão pública finlandesa Yle, durante uma visita ao posto fronteiriço de Vartius, no centro-leste da Finlândia.
“Se não houver mudanças, iremos tomar mais medidas e, se necessário, rapidamente. A mensagem é clara que não aceitamos este comportamento”, acrescentou o primeiro-ministro.
Orpo não excluiu a possibilidade de fechar mais postos ao longo dos 1.340 quilómetros de fronteira entre a Finlândia e a Rússia.
Segundo a Yle, 500 requerentes de asilo chegaram à Finlândia em novembro, um número significativamente superior ao normal.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou que a decisão de encerrar os postos fronteiriços iria “agravar” as relações russo-finlandesas e criticou como “pretexto” a alegação da Finlândia de que a Rússia tem ajudado migrantes sem documentação a atravessar a fronteira.
Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a decisão “viola os direitos e os interesses de dezenas de milhares de cidadãos” dos dois países.
A Polónia prometeu hoje “apoiar politicamente” a Finlândia, acusando a Rússia e a Bielorrússia de estarem por detrás do aumento do número de migrantes que tentam chegar à UE através da sua fronteira.
“A Finlândia pode contar, por um lado, com o apoio político absoluto da Polónia e, por outro, com a partilha de experiências”, prometeu o Presidente da Polónia, Andrzej Duda.
Segundo Duda, trata-se de “um ataque híbrido” comparável ao que a Polónia está a sofrer na sua fronteira com a Bielorrússia.
“Infelizmente, temos mais de dois anos de experiência na defesa da nossa fronteira contra a pressão migratória”, afirmou o Presidente polaco à imprensa durante o seu encontro com o chefe de Estado finlandês, Sauli Niinisto, em Varsóvia.