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Sofreu atentado, perdeu um olho e agora é capa da Playboy ucraniana

A 26 de fevereiro de 2022, três dias depois da invasão russa, Iryna estava a levar os três filhos para casa, em Kiev, quando o seu carro foi atingido a tiro por um ataque russo. Em consequência, perdeu um olho e ficou com cicatrizes das balas por  todo o corpo. Desde então foi submetida a várias cirurgias de reconstrução facial e tornou-se um símbolo da resistência ucraniana.

Agora na capa da Playboy, numa edição dedicada às histórias de outras mulheres ucranianas que foram vítimas da guerra, a modelo recorda a primeira vez que se viu ao espelho depois de ter sido operada num hospital em Berlim, na Alemanha.

Seminua, com uma espécie de armadura metálica vestida, e com uma pala em forma de coração a tapar o olho que perdeu. É assim que surge Iryna Bilotserkovets, mulher do político Dmitry Bilotserkovets, na capa da revista Playboy, naquela que é a primeira edição na Ucrânia desde o início da guerra. A apresentadora e modelo ucraniana dá vida ao tema “Woman Stay Strong” depois de ter sobrevivido a uma suposta tentativa de assassinato.

“Sem um olho, tubos por todo o lado, cabelo rapado devido à cirurgia. Pontos, cicatrizes, feridas por todo o lado; eu era apenas o monstro de Frankenstein. O meu maxilar tinha-se partido, como um galho”, conta à revista.

Os meses de tratamentos e de cirurgias só foram possíveis devido a um paramédico que, quando Iryna foi atingida, impediu que se esvaísse em sangue. “Não se tratava de preservar a minha beleza, mas sim de saber se sobreviveria ou não. Os médicos na Ucrânia disseram que eu provavelmente iria morrer. Eu não concordava e o meu marido também não”, contou.

“Já não tenho uma cara bonita, mas o resto do meu corpo é lindo”, afirmou Iryna Bilotserkovets, acrescentando: “Esta é a história de uma incrível sede de viver. Esta edição é, sem dúvida, histórica.”

Não está confirmado se Iryna, enquanto mulher de um assessor do presidente da câmara de Kiev, era o alvo do tiroteio ou se foi apanhada pelo fogo cruzado. No entanto, a culpa do ataque foi atribuída às forças pró-russas.

Atualmente, a modelo ucraniana trabalha com a Ukrainian Cultural Forces, uma associação de artistas e músicos que organiza eventos na linha da frente, em hospitais militares, em unidades de salvamento e em cidades ucranianas desocupadas. No início do mês de julho fizeram uma viagem até junto dos soldados ucranianos a quem distribuíram vários exemplares da revista.

Em comunicado, a Playboy escreveu que esta edição da revista é uma forma de expressar a gratidão “aos soldados das Forças Armadas da Ucrânia que estão a lutar pelo nosso direito de a criar e distribuir”. As receitas vão ser doadas para equipamento médico e de emergência no país invadido.

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