Esta semana regressamos à freguesia de Cête, no concelho de Paredes, onde já visitámos o Mosteiro de Cête. Hoje vamos ficar a conhecer a Ermida da Nossa Senhora do Vale.
Embora seja um pequeno templo, esta Ermida tem muito que contar! O melhor será contactar a Rota do Românico e marcar uma visita guiada para descobrir todos os segredos e histórias por detrás desta Ermida.
Comecemos por explicar a que é que se deve o nome “Ermida”. Embora hoje encontre algumas casas à volta desta pequena capela, quando esta foi construída, há muitos séculos atrás, o local onde se situava era isolado, ou seja, era ermo. Daí a designação “Ermida”.
Este local ficava nos limites de uma paróquia com outra, para que se pudessem deslocar até à Ermida não só as pessoas daquela paróquia, mas também das redondezas. A crença na Nossa Senhora do Vale é tanta que, ainda hoje, na romaria que se realiza em sua honra, no mês de setembro, são muitos os devotos de todos os cantos de Portugal que se deslocam até Cête.
Esta tradição é bastante antiga e a comprová-la estão os ex-votos. Sabe o que são ex-votos? São dádivas relacionadas com pessoas que foram presenteadas com um milagre. Encontrará um ex-voto de 1747, que refere o milagre que a Virgem fez ao salvar um emigrante português no Brasil de um ataque de um indígena.
Esta fama de milagreira levou a que a Ermida fosse ampliada no século XVI com a construção de um alpendre com púlpito. As celebrações passaram a ser feitas no exterior para que todos os devotos pudessem assistir às cerimónias.
Outra maravilha desta Ermida é a pintura mural que poderá ver na parede da capela-mor. Embora só restem vestígios de dois anjos que tocam harpa e trombeta a Nossa Senhora, esta pintura mostra uma grande qualidade técnica, tendo sido feita por um grande mestre: Arnaus.
Este mestre trabalhou neste território na primeira metade do século XVI, fazendo esta e outras pinturas murais visíveis, por exemplo, no Mosteiro de Pombeiro e na Igreja de São Mamede de Vila Verde, já anteriormente visitadas.
Na próxima semana vemo-nos no Mosteiro de Paço de Sousa, um dos mais importantes monumentos da nossa nacionalidade.
Até breve!
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