Régua, capital do 10 de Junho, já está a celebrar a data
Alice, 10 anos, gostou mais do avião F-16, enquanto Artur Pinto, 78 anos, quis descobrir o carro de combate Leopard, meios militares que estão na Régua, no âmbito das comemorações do 10 de junho que “honram” o Douro.
A Exposição das Forças Armadas está a atrair pessoas de todas as idades à zona ribeirinha da cidade da Régua, onde este ano decorre a cerimónia oficial do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
“Isto é uma grande honra para a Régua e para toda a região também”, afirmou à agência Lusa Artur Pinto, 78 anos, residente em Poiares.
Este é um concelho do distrito de Vila Real, inserido na Região Demarcada do Douro, com 14.553 habitantes, segundo os censos de 2021, que se espalham por oito freguesias e uma área total de 94,86 quilómetros quadrados e onde as principais atividades económicas são o vinho e o turismo.
Por ser ex-combatente, Artur Pinto está “convocado” para vir no sábado à cerimónia militar do 10 de Junho, mas a curiosidade trouxe-o antes à cidade sede do concelho.
“Gostei aqui do Leopard, deste tanque, gostei bastante. Estive a observá-lo por dentro e por fora, mas mais por dentro. Isto é um bocado complicado, tem muita engrenagem”, contou.
No âmbito da programação do 10 de Junho decorreu também a iniciativa “Alista-te por um dia”, que, no total, levou cerca de 1.300 alunos do 4.ºano, de vários concelhos do Douro, à exposição.
“É muito incrível a forma como ele é feito”, afirmou Alice, 9 anos, aluna da Escola do Prado, em Vila Real, referindo-se ao avião F-16, que foi aquilo que mais gostou de ver.
A pequena estudante sonha em ser modelo, mas referiu que se ingressasse nas Forças Armadas gostava de ir para a Força Aérea.
A colega Ana, 10 anos, também gostou da aeronave, mas disse que ficou curiosa em saber como se constroem os barcos anfíbios, “como é que o mecanismo não se estraga” quando entra na água.
“Gostei muito de dar tiros, não eram balas de verdade, mas era como se fossem. Foi muito divertido”, disse Filipa, 10 anos, que reconheceu que, até hoje, “nunca tinha percebido qual era o trabalho dos tropas”.
A professora Margarida Monteiro afirmou que a iniciativa é aliciante para os meninos, que ficam a conhecer o meio militar, significando também “mais aprendizagens” para os pequenos.
A Exposição das Forças Armadas está patente ao público desde segunda-feira e até domingo.
“Andamos a ver e a aprender. Estamos a experimentar um bocadinho de tudo e a fazer as atividades todas. Estivemos na ambulância, experimentamos o bote e o mergulho. Sabia pouca coisa sobre as Forças Armadas e estou a saber muito mais”, disse Henrique, 17 anos, que reconheceu que a “vontade de ingressar aumentou”.
Margarida, 16 anos, procurou informações sobre o ingresso nas Forças Armadas e ficou curiosa com as licenciaturas “bastante interessantes”, pelo que salientou que “passou a ser uma opção em aberto”.
“Nunca tinha pensado nisso”, apontou.
O tenente-coronel do Exército Sérgio Castanho, coordenador da exposição, explicou que a mostra está organizada por polos, havendo, em cada um, uma concentração dos meios de cada ramo: Exército, Marinha e Força Aérea, e a possibilidade de os visitantes interagirem com os materiais e militares.
“A intenção é demonstrar aquilo que são as nossas capacidades, as nossas missões e as nossas funções”, apontou.
Acrescentou que as iniciativas que têm despertado mais curiosidade são as relacionadas com o rio Douro, como as viagens de bote com os fuzileiros da Marinha, bem como os simuladores das armas ligeiras, ou de comando e controlo das aeronaves e dos navios.
As comemorações do Dia de Portugal começaram segunda-feira, na África do Sul, e vão terminar em Portugal, no Peso da Régua onde, no sábado, terá lugar a cerimónia militar do 10 Junho.
De acordo com o programa, nesta cerimónia vão participar 1.315 militares.
A Presidência da República escolheu a Régua para palco do Dia de Portugal porque, segundo justificou, o Douro é a Cidade Europeia do Vinho em 2023.