Portugueses contribuem para lançamento de satélite europeu
Investigadores do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), no Porto, desenvolveram uma máquina que permite, em poucas horas, testar as malhas metálicas que vão acopladas num satélite, que será lançado em 2029.
Em declarações à agência Lusa, o investigador Ricardo Lopes, do INEGI, esclareceu que a “máquina inovadora e única na Europa” permite testar e caracterizar as malhas, estruturas que, acopladas em satélites, permitem obter diferentes dados de observação da terra.
Esta tecnologia permite testar “em poucas horas” as respetivas malhas – que se assemelham, quando abertas, a parabólicas – e “afinar o processo para a tipologia de dados que se procura”, seja aumentar a resolução ou melhorar a qualidade de imagem recolhida.
“Antes tínhamos de esperar três meses para se testar uma malha, agora vamos conseguir testar em poucas horas”, referiu o investigador que é responsável pelo projeto no INEGI.
Destacando que este “é um grande passo tecnológico”, Ricardo Lopes adiantou que esta tecnologia vai ajudar a tornar “a Europa mais independente”, acelerando o desenvolvimento aeroespacial europeu.
As malhas testadas e caracterizadas pela máquina desenvolvida no INEGI vão, posteriormente, ser incorporadas em satélites que deverão ser lançados em missão em 2029, ao abrigo do programa Copernicus.
“Estamos a trabalhar nas últimas otimizações”, esclareceu o investigador, adiantando que, em breve, será iniciado o fabrico da máquina.
A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto “BATMAN – Bi-Axial Mesh Tensioning Manipulator for RF Measurement of Mesh Samples” que, além do INEGI, envolve a empresa alemã Large Space Structures GmbH e o Instituto Português Pedro Nunes.
O projeto surge ao abrigo da missão Copernicus Imaging Microwave Radiometer (CIMR), da Agência Espacial Europeia (ESA), que enviará o primeiro satélite europeu, intitulado ‘Large Deployable Refletor’, a voar no espaço.