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Português acusado de ter carta que não servia para conduzir

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O empresário português Manuel Rosado, a viver na Guiné-Bissau há 30 anos, não consegue conduzir nem em Portugal nem no país africano há seis meses por ter a carta de condução guineense apreendida pela polícia lusa.

Casado com uma guineense e quase a completar 79 anos, o empresário conhecido na Guiné-Bissau por “senhor Rosado” não quis acreditar quando, no passado mês de maio, de férias em Portugal, foi apanhado numa operação ‘stop’ pela polícia.

“Mandaram-me parar e parei. Perguntaram pelos meus documentos, (…) perguntaram-me pela minha carta, mostrei-a e disseram-me o senhor está preso. Disseram que a minha carta não servia para conduzir em Portugal”, contou à agência Lusa Manuel Rosado, português da vila alentejana de Mora.

O empresário, que desenvolveu negócios diversos na Guiné-Bissau, desde venda de chapas de zinco, passando por combustíveis, transportes, reparação de motores de veículos até restauração, nem quis acreditar do que ouviu dos agentes da polícia que o abordaram.

Manuel Rosado disse ter sido explicado por um agente da polícia, “um gaiato que nem barba tinha”, que estava preso porque a sua carta da Guiné-Bissau não servia para conduzir em Portugal.

“Perguntei a esse agente como é que a minha carta não vale se já conduzi com ela em França, em Espanha, já conduzi 30 anos aqui com a mesma carta”, afirmou Rosado, relatando ter sido conduzido, com a esposa, para o posto da polícia.

“Só não me algemaram, mas o carro ficou lá no sítio, tudo por causa da carta de condução”, contou o empresário, pedindo às autoridades da Guiné-Bissau “que façam algo” para resolver um problema que disse afetar “milhares de guineenses” em Portugal.

Manuel Rosado, que ainda está com um mês de pena suspensa para cumprir e daí não poder conduzir nem Portugal nem na Guiné-Bissau, por ter a carta apreendida pela polícia portuguesa, contou que não se livrou de pagar uma multa de 350 euros “para os bombeiros”.

“O homem não me meteu nessa noite no calabouço só porque achou que eu sou velho”, explicou perplexo Manuel Rosado, para quem a carta guineense devia dar-lhe permissão para conduzir em Portugal.

O empresário português exortou as autoridades de Bissau a resolverem esta questão com Portugal.

Num encontro com o chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, que se encontra em Bissau para assistir às festividades do 50.º aniversario do país, o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira, adiantou que o acordo para autorizar o uso da carta de condução entre os dois países será debatido entre os dois governantes numa reunião no próximo dia 24.

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