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Patriarca de Lisboa alerta para o aumento da pobreza em Portugal

O Patriarca de Lisboa alertou para as notícias sobre o aumento da pobreza e das dificuldades dos portugueses, considerando-as “sinais de um país que dificilmente consegue estar à altura de dar uma vida digna aos seus cidadãos”.

Na sua primeira mensagem de Natal enquanto patriarca de Lisboa, divulgada domingo à noite na RTP, Rui Valério afirmou que “as notícias do aumento da pobreza, do número de famílias que, na labuta do dia-a-dia, têm cada vez mais dificuldade em fazer face às necessidades básicas, são sinais de um país que dificilmente consegue estar à altura de dar uma vida digna aos seus cidadãos”.

Também a aparente incapacidade de o país “proporcionar os devidos cuidados de saúde e de habitação; uma educação condigna, onde haja professores e condições para ensinar e aprender, enfim, de abrir perspetivas de futuro para todos”, foi lamentada pelo bispo titular do Patriarcado de Lisboa.

Segundo Rui Valério, chega-se ao Natal com “a amarga sensação de que o projeto de civilização inaugurado pelo próprio nascimento de Jesus Cristo, e maturado ao longo dos séculos, está a regredir”.

“As guerras em curso, na Ucrânia, no Médio-Oriente, ou na República Centro Africana; a crise ecológica mundial; a tragédia do não-acolhimento dos migrantes… são sintomas disso mesmo”, afirmou o prelado.

Nesta mensagem de Natal do patriarca de Lisboa – que este ano voltou a ter transmissão televisiva, depois de em 2022 o então titular do cargo, Manuel Clemente, ter interrompido a tradição – Rui Valério sublinha, no entanto, que o Natal move a Humanidade “a considerar os inóspitos panoramas humanos e existenciais, porque é aí, sempre aí, nos estábulos da exclusão, nas manjedouras da marginalização e nas periferias da noite que o Filho de Deus nasce”.

Rui Valério não tem dúvidas de que o Natal, “convoca o melhor do ser humano”, que se mostra “capaz de compaixão por quem sofre e se sente derrotado da vida; (…) capaz de amar o próximo e de por ele dar a sua própria vida; (…) capaz de abraçar a causa do ser humano, pela sua liberdade, pela paz no mundo, e combater por ela, sujeitando-se a todos os sacrifícios”.

“Independentemente da etnia e da cultura, o mundo inteiro vê confirmado o Projeto de Deus na humanidade. Ele não desiste das pessoas. Sente-se a força de uma confiança renovada em cada um, em cada mulher e em cada homem”, sublinhou o Patriarca de Lisboa.

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