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Parlamento Europeu: conheça os candidatos lusófonos em França e no Luxemburgo

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Só no Luxemburgo há 11 lusodescendentes e/ou lusófonos nas 13 listas que no pequeno grão-ducado concorrem aos seis lugares no Parlamento Europeu. Em França, o BOM DIA identificou pelo menos três luso-franceses nas listas dos socialistas, do Rassemblement National de Jordan Bardella e pelo partido do presidente Macron.

Nas listas luxemburguesas, o nome mais destacado e que tem fortes possibilidades de chegar a Bruxelas, é Liz Braz. A jovem política socialista é filha do ex-ministro da Justiça com raizes algarvias, Félix Braz, que sempre foi membro e eleito pelos Verdes. A lusodescendente foi eleita nas autárquicas em Esch, a segunda cidade do país, é deputada no parlamento luxemburguês e agora candidata às europeias. Alguns críticos apoiam o facto de Liz Braz “ocupar ‘a quota’ de um verdadeiro lusodescendente”, acusando a jovem candidata de “nem sequer falar português”.

O Déi Lénk, partido de esquerda que resulta de divergências no seio dos comunistas luxemburgueses, integra dois nomes lusófonos: André Marques e Ana Correia da Veiga. André Marques, de 28 anos, participa na sua segunda corrida eleitoral, depois de se ter candidatado às legislativas. Estudou história contemporânea e nasceu no Luxemburgo, filho de pais portugueses. Tem as duas nacionalidades.  Ana Correia da Veiga, de 41 anos, é a cabeça de lista do partido.

O principal partido da coligação governamental, o CSV, volta a apresentar nas suas listas Isabel Wiseler-Lima, eurodeputada que foi considerada entre as mais ativas na anterior legislatura europeia. Isabel é igualmente esposa do líder parlamentar dos cristão-sociais, Claude Wiseler.

Mónica Semedo, de origem cabo-verdiana, foi eleita pelo Luxemburgo para o Parlamento Europeu nas listas do Partido Democrata. Agora candidata pelo partido liberal Fokus, Semedo disse, à Rádio Latina, que “a igualdade de oportunidade e o fim da discriminação no sistema educativo ou no acesso à saúde” são prioridades.

Fabrício Costa é um lusodescendente nas listas do partido ambientalista Déi Gréng. Lutar contra os extremismos na Europa é um dos objetivos deste político, que é uma das principais figuras do Verdes no Luxemburgo e que poderá ter uma real possibilidade de ser eleito.

O partido Piratas apresenta dois nomes lusófonos: Nadine do Carmo e Starsky Flor. Aos 33 anos, a primeira é jurista de nasceu no Luxemburgo. Starsky Flor é de origem cabo-verdiana, tem 42 anos e exerce funções políticas autárquicas em Useldange, no norte do Luxemburgo. Entre as medidas que defendem, o candidato destacou, em entrevista à Rádio Latina, a redução da idade mínima de voto, dos atuais 18 para 16, e a eleição direta do presidente da Comissão Europeia.

O partido europeísta Volt apresenta nas suas listas o seu coordenador nacional no Luxemburgo, o português Daniel Silva. Um convicto europeu, Silva dirige as atividades do Volt Luxembourg e espera que nestas eleições os votantes confiem no braço grão-ducal deste partido, seguindo o exemplo de outros países que já demonstraram confiança no partido pan-europeu. Tem 41 anos, nasceu em Portugal, e mudou-se com os pais para o Luxemburgo quando tinha nove. 

Margarida Brites Nunes nasceu em Lisboa, é funcionária europeia, e nesse contexto sindicalista. Vive no Luxemburgo há 27 anos, e faz parte do movimento Mir d’Vollek que surgiu durante a pandemia. O partido “milita por uma democracia direta, em que o cidadão voltaria a estar no centro das decisões”, disse à Rádio Latina, Brites Nunes.

Domingas Gonçalves é outra candidata lusófona pela coligação Zesummen – d’Breck. De origem cabo-verdiana a comerciante de 46 anos, chegou há 28 anos ao Luxemburgo. Disse em entrevista à rádio luxemburguesa Latina que defende a ideia de que “que “os países europeus devem criar empregos nos países de origem” e limitar a imigração.

Das 13 listas que se apresentam no Luxemburgo ao Parlamento Europeu, só não têm candidatos de origem lusófona o Partido Democrata (que faz parte da coligação que governa o país), o ADR (que se situa à direita do espectro político), os comunistas do KPL, e a formação sem representação parlamentar Os Conservadores.

Em França, maior comunidade da diáspora portuguesa em termos absolutos, vários portugueses e lusodescendentes ocupam cargos políticos de relevo. É o caso de Camille dos Santos de Oliveira, filha de pai português, que é delegada departamental na região de Creuse (a sul de Paris) e número 74 da lista do partido União Nacional (RN), da extrema-direita. Embora se considere “plenamente francesa”, orgulha-se das suas raízes portuguesas.

A luso-francesa Rosa André é candidata pelo partido do presidente Emmanuel Macron. “Eu acho que é importante dar a minha voz, porque é muito importante defender a democracia”, afirmou Rosa André à Lusa, animada pela equipa “cheia de energia” que a tem acompanhado nas ações de campanha para falar individualmente com as pessoas, apelando à participação. Rosa André, de 52 anos, é número 33 da lista presidencial.

João Martins Pereira, vice-presidente dos Jovens Socialistas Europeus e número 47 da lista de esquerda do Partido Socialista-Place Publique, de Raphaël Glucksmann (14,5% nas sondagens), defende “um projeto radicalmente europeu, social e ecologista, feminista, que responde às necessidades e aos anseios dos franceses e dos europeus”.

Nas eleições europeias a França elege 81 deputados dos 720 eleitos por todos os países da União Europeia. O Luxemburgo elege seis parlamentares.

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