
Os putativos consideram Putin o mestre da tática. Já Zelensky é um mero fantoche e a Ucrânia um país sem rei nem roque.
Como assim, a mãe Rússia não consegue avançar num Estado falhado? Como assim, Putin, o sábio, ainda não destronou Zelensky, o humorista?
Os putativos troçavam da contra-ofensiva ucraniana no sul. Os putativos engolem em seco, com a actual ofensiva ucraniana que decorre não só no sul, como no leste.
Os putativos deliravam com a ofensiva russa, na fase inicial da guerra. Contavam os quilómetros percorridos por dia. Nós, a ralé, alertamos. Cuidado, os russos estão a ter perdas assustadoras. Só possíveis de confirmar visualmente, a Rússia já perdeu mais de mil tanques de guerra. Sublinho, só confirmados visualmente. Na primeira guerra na Tchetchênia perderam 193. Na segunda 23. Na guerra com a Geórgia perderam 2.
Os putativos festejaram a queda de alguns líderes europeus, enquanto Putin permanece (aguenta-se) no poder. No entanto, Kallas continua (até reforçou) na Estónia. Tal como ontem escrevi aqui, Truss é Boris com esteróides em relação a Putin. Aliás, o primeiro contato internacional de Elizabeth Truss foi precisamente com Zelensky.
À Rússia resta a ameaça do frio. O ridículo que se tornou aquele país, com a Gazprom a lançar vídeos anedóticos a perspectivar o próximo inverno.
Mas não nos podemos iludir. Nada está ganho, mas a derrota parece estar mais longe. E, sobretudo, uma possível derrota russa não torna os nossos líderes competentes. E isso também nos devia preocupar.
Cristiano Santos