Lucy Bronze acabou por escolher a equipa dos três leões, mas ponderou bastante antes de decidir. “Eu tinha 16 anos na altura e não entrei nas contas da seleção principal até aos 21. Apenas fui chamada à equipa para o Europeu de 2013, porque houve imensas lesões. Senti-me quase empurrada. O Hope Powell [antigo selecionador] disse-me que havia algumas jogadoras lesionadas e que eu ia ser chamada. Por isso, não sentia realmente que tinha entrado na seleção. Cheguei a um ponto em que pensei que apenas queria jogar internacionalmente e que era tão portuguesa como inglesa. Mas os treinadores mudaram, e Mark Simpson passou a chamar-me regularmente”, contou a defesa.
Lucy defrontou pela primeira vez o país do pai, e ganhou, ao serviço de uma das favoritas a levantar o troféu, numa partida que vai definir quem avança para os quartos-de-final. Contudo, apesar de ser meia portuguesa, apenas conhece duas jogadoras da equipa das quinas. “Era muito próxima da Amanda da Costa porque joguei com ela no Liverpool. Ela estava na mesma situação do que eu – é americana mas com pais portugueses – e fazíamos piadas em que dizíamos que deveríamos jogar por Portugal juntas se não tivéssemos hipóteses de representar os Estados Unidos ou a Inglaterra. A Amanda acabou por decidir por Portugal e eu fiquei por Inglaterra. Provavelmente, vamos trocar de camisolas. Seria bom ter uma camisola de Portugal”, confessou a defesa, que também conhece uma futebolista do Sporting.
“Conheço a Ana Borges, que jogou no Chelsea, mas como o inglês não era muito bom, falámos em português algumas vezes”, continuou a internacional inglesa, cujo irmão nasceu em Portugal. “Crescemos com os dois idiomas. O nosso pai falava connosco em português, mas respondíamos sempre em inglês, por isso não me sinto muito confortável no português”, revelou a britânica, que cumpriu os 90 minutos em cada uma das duas primeiras jornadas do Europeu, diante de Escócia e Espanha.