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EUA: Português é a segunda língua mais procurada para aceder à universidade

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Trezentos e quarenta e três alunos realizaram em abril o exame de português do ‘National Examinations in World Languages’ (NEWL), que confere créditos para acesso ao ensino superior norte-americano, sendo o segundo idioma mais procurado, indicaram hoje fontes oficiais.

À Lusa, o coordenador do ensino português nos Estados Unidos da América (EUA), João Caixinha, explicou que dos 359 estudantes que se inscreveram para o exame NEWL de português, 343 alunos de 31 escolas do ensino secundário, a nível nacional e internacional, realizaram efetivamente o exame.

Os números convertem o português na segunda língua mais procurada neste exame, atrás do russo (409 alunos), mas à frente do coreano (83 alunos) e do árabe (69 alunos), sem contar com os inscritos no exame de preparação, que decorreu em março. 

 Segundo informações da ‘American Councils for International Education’ (AC) – a organização que desenvolveu estes exames em diversas línguas -, a maioria dos alunos inscritos no exame de português é oriunda de escolas americanas, escolas portuguesas comunitárias e centros de exame (alguns também em universidades) de nove estados norte-americanos, nomeadamente Massachusetts, Califórnia, Nova Jérsia, Nova Iorque, Florida, Utah, Washington, Maine e Virgínia.

Participaram ainda alunos da Escola Internacional das Nações Unidas (UNIS), de Porto Rico (Saint John´s School, San Juan) e da Colômbia (Colegio Los Nogales, Bogotá).

João Caixinha destacou à Lusa que uma grande parte dos alunos inscritos veio da Direção Escolar do estado do Utah, num total de 170 estudantes de sete escolas secundárias inscritos e 159 a realizarem efetivamente o exame.

Esses números explicam-se por um Memorando de Entendimento que foi assinado entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua e a Direção Escolar do Utah, e que visa a promoção da língua e cultura portuguesas nos EUA.

Esta edição de 2024 do exame de português NEWL foi realizada em formato presencial, com a supervisão de vigilantes certificados pela AC em articulação com os distritos escolares e com garantia de qualidade por parte do College Board – que confere os créditos de acesso ao ensino superior nos EUA.

João Caixinha referiu que a direção da AC, com o apoio do College Board e da Coordenação do Ensino Português nos EUA (CEPE-EUA) e do Camões, tem vindo a reforçar contactos com as universidades americanas, para que estejam informadas sobre o exame NEWL de português e para que tenham em conta a contagem de créditos no caso dos alunos que irão candidatar-se ao ensino superior já no próximo ano letivo.

No mês passado, o Departamento de Educação do estado de Nova Iorque passou a reconhecer os exames NEWL para a certificação das aprendizagens dos alunos, no âmbito do ‘Seal of Biliteracy’, que reconhece estudantes que tenham atingido um alto nível de proficiência em inglês e em um ou mais idiomas internacionais.

“Esta aprovação dará mais oportunidades aos alunos em termos de oferta de idiomas e obterem proficiência e certificação em cursos mais avançados nessas diferentes línguas. Como resultado, a AC espera um aumento no número de estudantes que realizam os exames NEWL, na primavera de 2025, especialmente nas línguas russa e portuguesa”, disse o coordenador da CEPE-EUA.

Os exames NEWL avaliam as competências linguísticas – compreensão de texto, compreensão oral, produção escrita e produção oral – dos alunos a partir do 9.º ano – quando podem realizar o exame para testar as suas capacidades e conhecimentos -, até ao 12.º ano, quando podem usar o exame para conseguir créditos de acesso ao ensino superior.

O exame NEWL de português foi criado em 2017 e é reconhecido pelo Programa de ‘Advanced Placement’ do College Board – que confere os créditos de acesso ao ensino superior nos Estados Unidos – e pelas universidades norte-americanas.

De acordo com João Caixinha, tem sido feito um grande esforço conjunto de divulgação em torno da importância deste exame, que tem envolvido entidades como o Camões e a FLAD, passando pela rede diplomática e consular nos EUA e pela equipa de Coordenação do Ensino de Português.

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