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Eu tenho direito!

© Lusa

Uma jovem senhora, com boas cores, transbordante de saúde, bem articulada foi entrevistada em direto pela SIC Notícias, ao ser desalojada da casa em que habitava ilegalmente, e comunicou à comunidade que a escutou que tem DIREITO a uma casa cedida pela Câmara, porque é desumano estarem a pôr uma mãe solteira com 2 crianças na rua. 

Ainda bem que foi a SIC e não outro canal, aquele que gosta de sangue a escorrer no ecrã, a entrevistá-la, caso contrário ficávamos só com o “drama” de fazer chorar as pedras da pobre mãe solteira com 2 filhos a ser posta na rua, e não ouvíamos o contraditório.   

Entrevistada uma representante da Câmara, ficámos a saber que esta jovem já tinha sido realojada previamente, e em conjunto com os pais, para uma casa municipal com a tipologia 4 (T4!). À SIC, a jovem diz no entanto que essa casa já não tem espaço para ela e para os filhos, porque os irmãos dela e as cunhadas foram viver para lá também. Num dos quatro quartos vivem os pais, no outro um irmão com a mulher, no outro um outro irmão com a mulher, e no último as duas filhas de um dos irmãos… 

Ou seja, penduraram-se várias famílias no apartamento disponibilizado pela Câmara para os pais e para ela, e certamente decidiram, colegialmente e em família, que quem abandonaria a casa era a mana mais nova, porque, sendo solteira com duas crianças, e não trabalhando, seria certamente daqueles casos paradigmáticos que o Estado Social geringoncista ampararia por DIREITO. Estou mesmo a ver a reunião do Conselho de Família em que ficou decidido que, para esmifrar ainda mais o Estado Social, ela conseguiria certamente obter uma outra casa para ela, sem problema. 

Pela representante da Câmara fica-se no entanto logo a saber que esta jovem mãe solteira é também beneficiária de prestações sociais acima de 1.000 euros ! O salário mínimo em Portugal é de 740 euros, em Espanha de 1050 euros, pelo que esta jovem recebe já hoje em Portugal, sem trabalhar, o salário mínimo espanhol, que muitas centenas de milhar de portugueses – trabalhando – e que recebem o salário mínimo português, gostariam de ter. 

Diz a representante camarária que a jovem está portanto em condições de procurar arranjar uma solução habitacional para o caso dela. Já a jovem indigna-se e acha que não, porque os mais de 1000 euros que recebe de prestações sociais, e (repito) que centenas de milhar de portugueses não recebem – a trabalhar – por mês, não alcançariam para alimentar os filhos, caso tenha que pagar também uma renda de casa.

Este é um retrato fiel do país rentista, garantista, subsidiado, cheio de direitos (sem os correspondentes deveres) e pejado de exigências que a esquerda, liderada pelo PS, criou em Portugal 50 anos após termos conseguido alcançar uma liberdade que só a democracia permite. 

É esta completa irresponsabilidade pessoal, que vê no Estado Social (ista) o papá de todos nós, que se manifesta nos mais variados círculos sociais e profissionais de muitas formas e feitios. Quando um tipo pensante e culto como Miguel Esteves Cardoso, o famoso MEC, que vive em Portugal, escreve um artigo com o título “Viva, António Costa!” e se congratula por ele ter sido eleito para o Conselho Europeu (eu também, e hoje não gosto dele), mas no mesmo artigo afirma que foi um excelente Presidente da Câmara de Lisboa e, pior ainda, um excelente Primeiro-Ministro, fica-se imediatamente com a certeza absoluta que este amigo MEC também é beneficiário do “sistema”. Não saberemos talvez nunca em que medida, quanto, quando, a que título e como, mas podemos ter a certeza que algo do Estado Social (ista) “caiu para o lado dele”. 

Quando olhamos para o completo idiota e mercenário que hoje ocupa o cargo de Presidente do Conselho Europeu, o Charles Michel, só nos devemos regozijar por finalmente chegar alguém, português ainda por cima, com as qualidades pessoais e competências necessárias para exercer o cargo com dignidade. Daí a dizer que essa pessoa foi um “excelente” Presidente da Câmara de Lisboa (foi regular) e, muito pior, um “excelente” Primeiro-Ministro, vai um abismo. Só um zombie (que o MEC não é), ou alguém “com o rabo preso” por interesses pessoais, pode ser cego ao ponto de não distinguir as situações. Mesmo no PS há gente que viu claramente os erros cometidos por António Costa enquanto Primeiro-Ministro. Os erros mortais cometidos por António Costa para mim foram:

– a displicência e inépcia em resolver os “casos e casinhos” que iam sucedendo à sua volta, quer de incompetência, quer de corrupção 
– o rodear-se de sabujos incompetentes, e mantê-los no cargo mesmo com provas públicas dadas de que não serviam para os cargos que ocupavam
– o não ter aproveitado a maioria absoluta de mão beijada que o povo português lhe deu, com a esperança de que iria fazer as reformas estruturais que o país pede há décadas como se de pão para a boca se tratasse. 

Três governos consecutivos de António Costa como Primeiro-Ministro correspondem a uma época nefasta e imperdoável da nossa História contemporânea, um país adiado por mais uma década. Outra mais. Como diria Zapata, “Viva António Costa, cabrón”. “Óviste” MEC ?

José António de Sousa

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