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Diogo Brehm ensina-nos o que não se diz em Portugal

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Gestão de redes sociais, as diferenças entre a Alemanha e Portugal, uma rotina cheia, desporto e viagens criativas. Tudo isto faz parte da vida de Diogo Brehm, criador de conteúdos português a viver na Alemanha, conhecido pelos seus vídeos sobre as principais diferenças entre Portugal… e o resto do mundo. Esta semana, Diogo está por trás da conta de TikTok do BOM DIA, publicando um vídeo exclusivo e cheio de humor todos os dias até domingo.

Diogo Brehm é um português a viver na Alemanha que usa a sua criatividade para a criação de conteúdos e gestão de redes sociais: tanto as suas, que ficaram conhecidas pelos vídeos humorísticos com comparações entre Portugal e outros países, como aquelas com que hoje trabalha a nível profissional, tendo tornado o que começou como um passatempo no que hoje é grande parte do seu dia a dia.

Nasceu em Lisboa, mas as raízes germânicas na família fizeram com que estudasse na Escola Alemã desde cedo. Quando terminou o ensino obrigatório em Portugal, decidiu tirar um tempo que dividiu entre viajar pela Austrália e um voluntariado no Sporting, antes de ir estudar Gestão Desportiva e de Eventos para Constança, na Alemanha. 

A partir daí foi um “vai e vem” entre o país e Portugal, até se decidir se fixar por cá por uns tempos. Para isso, contribuiu a sua visão do mercado de trabalho português e alemão, sendo que em Portugal sentia que “o gajo que estava ao meu lado e que é amigo do chefe, tinha mais vantagens sobre mim apesar de eu ter mais valor do que ele”, explica em entrevista ao BOM DIA.

“Eu acho que em Portugal ainda há aquela cultura de ‘só consegues subir as escadas se tiveres ajuda ou contactos’. Ou seja, seres bom naquilo que fazes ou teres boas notas na faculdade não é igual a seres bem-sucedido. As pessoas não veem isso”, diz. 

Já considerou os alemães um povo “frio, rígido, sempre atrás das regras e muito rigorosos”, mas sente que isso tem mudado ao longo do tempo, em especial na empresa onde trabalha, onde se sente realizado com o método de trabalho e a sua equipa. 

“Apesar de sentir que falta aquela cultura de ‘há uma vida para além do trabalho’”, considerando que o lado profissional ainda domina bastante a vida das pessoas na Alemanha, “pelo menos no meu trabalho, se eu trabalhar horas extras elas são recompensadas, e em Portugal não”.

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À semelhança de outros criadores de conteúdos como a MJ Cruz e o Kino Cinco, Diogo Brehm começou a fazer os seus primeiros vídeos durante a quarentena, altura em que dava treinos que tiveram que ser interrompidos devido ao COVID-19. “Começou a correr bem, a correr melhor, e a correr de uma maneira fenomenal, e agora continuo a fazer isto para fazer as pessoas rir”, diz.

Após se abrir ao mundo das redes sociais, Diogo foi evoluindo no digital e isso fez com que conseguisse conciliar esta paixão com aquilo que faz profissionalmente hoje. Atualmente é social media manager de uma marca de pneus alemã, trabalho que concilia com os seus outros projetos no digital, confessando que todo o trabalho que tem com as suas contas pessoais não chega para se tornarem na sua ocupação a full-time.

“As pessoas que pensam que isto é feito só por razões monetárias estão completamente erradas, não há nenhum criador de conteúdos que tem um salário só porque tem um instagram com x followers ou um tiktok com x followers”, explica. 

“A minha única meta quando crio conteúdo é fazer pelo menos uma pessoa rir. Se isso é alcançado, tenho o meu trabalho feito” diz, sendo esse o motivo por trás de manter as suas páginas, e a sua principal motivação para criar.

Outra motivação é desmistificar as percepções (e em especial as erradas) que as pessoas têm de Portugal. “In Portugal we don’t say…” é o pontapé de saída de muitos dos seus vídeos, a maior parte baseados nas diferenças culturais ou em comparações que faz entre este país e outros, pegando em casos caricatos da língua e da cultura portuguesas e criando humor a partir desses contrastes.

“Eu viajo muito e gosto de estar entre pessoas, socializar com novas pessoas, e a realidade é que muita gente não sabe bem o que é Portugal”, diz. Para além dos constantes “siii” à Ronaldo, referências ao pastel de nata e mais que muitas associações entre Portugal e Espanha que houve recorrentemente, uma das coisas mais caricatas que já lhe aconteceu quando referiu ser português foi um estrangeiro começar a falar francês com ele, pensando ser a língua oficial do país.

É quando viaja que se sente mais inspirado, altura em que é exposto a novas realidades fora da rotina do dia a dia, sem a pressão de ter que criar algo. A última viagem que fez a Cracóvia com um amigo também criador de conteúdos fê-lo perceber isso, e os planos para o próximo ano passam por continuar com estas aventuras, envolvendo mais pessoas na criação dos seus vídeos, assim como continuar a trabalhar para ficar cada vez melhor naquilo que faz, explica. Até porque hoje em dia o conteúdo que publica é feito nos entretantos de dias sempre cheios.

“O meu dia começa às 5h30. Ou faço desporto ou faço meditação, estou no trabalho às 7h00, trabalho até às 16h00, vou treinar, e preparo umas coisas para o clube também, porque tenho treino de futebol terça e quinta”. É no meio de tudo isto que arranja tempo para a criação de conteúdos e gestão de redes, não só as suas, mas também para as várias outras que gere.

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Atualmente está à frente das redes sociais do TuS Hilgert, clube de futebol alemão em que joga e dá treinos físicos, e agora vai passar a contribuir também para a gestão das redes sociais do ginásio que frequenta, o Fitnessstudio Hilgert.

Sempre gostou de desporto e, apesar de valorizar o seu equilíbrio e bem-estar acima de tudo, gosta de se envolver em projetos com que se identifica. Esta semana vai estar por trás da conta de TikTok do BOM DIA, com conteúdos que prometem vir carregados de humor e referências a Portugal e à sua vida na Alemanha. O primeiro já está disponível, e pode ser visto aqui.

Quanto ao futuro, Diogo pretende regressar a Portugal, mas ainda não sabe quando. “Estou a aprender imenso, tenho as ferramentas necessárias para evoluir como pessoa e como profissional, viajo muito também por causa da empresa, e não consigo dizer quanto tempo ainda vai durar esta aventura na Alemanha, mas na minha cabeça está sempre Portugal”.

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