Covid-19: clubes portugueses na Venezuela pararam atividades
Os clubes portugueses na Venezuela suspenderam sábado as suas atividades para evitar aglomerações de pessoas, seguindo as medidas anunciadas no país para combater a pandemia do novo coronavírus.
“Suspendemos todas as atividades e vamos encerrar o clube”, disse o presidente do Centro Português de Caracas à agência Lusa.
Ricardo Ferreira explicou que foi uma decisão tomada numa reunião da direção do clube, que periodicamente irá avaliar a situação e ver que outras medidas podem ser tomadas.
Em Caracas foi também encerrado o Centro Marítimo de Venezuela, antigo Centro Luso de Caracas.
Na cidade de Maracay (100 quilómetros a oeste de Caracas), a Casa Portuguesa de Arágua suspendeu também todas as atividades, estando, no entanto, temporariamente, com as portas abertas, embora com pouca afluência de pessoas.
“Há algumas pessoas na piscina e os restaurantes estão a funcionar à porta fechada, apenas preparando comida para levar”, explicou o presidente da instituição à agência Lusa.
Segundo David Alcaria, funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) visitaram hoje as instalações do clube para verificar se os restaurantes estavam a trabalhar apenas nessas condições.
Por outro lado, na cidade de Valência (180 quilómetros a oeste de Caracas), o Centro Social Madeirense de Valência emitiu um comunicado informando os associados da suspensão das atividades.
“Em concordância com as resoluções e recomendações emanadas pelo Executivo nacional [venezuelano] dada a declaração da Organização Mundial da Saúde, que classifica o coronavírus de pandemia, suspendem-se todas as atividades desportivas, educativas e culturais nas nossas instalações desde 14 de março e até novo aviso”, lê-se no comunicado.
Na mesma cidade, a Casa Portuguesa Venezuelana do Estado de Carabobo suspendeu as atividades desportivas e culturais.
“A discoteca também foi encerrada. Apenas a área da piscina está aberta, mas com muito pouca afluência”, explicou uma sócia do clube à agência Lusa.
Foram também suspensas as aulas de língua portuguesa nos distintos clubes luso-venezuelanos e também as atividades nas instituições de educação, entre elas, o Colégio San Agustín de Caracas.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou, na noite de sexta-feira, o “estado de alarme” no país para poder “ditar decisões drásticas” para combater a pandemia, quando o país regista dois casos confirmados de infeção.
Nicolás Maduro ordenou na quinta-feira a suspensão, a partir de domingo, dos voos provenientes da Europa, Colômbia e Panamá durante 30 dias.
Como parte das medidas estão também restringidas as entradas de pessoas provenientes do Irão, Japão e Coreia do Sul.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 151 mil pessoas, com casos registados em mais de 137 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.