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Carlos Tê: a tentativa de um outro olhar

O que representa, no contexto da sua obra, o romance «Arquibaldo»?

Eu não tenho propriamente uma obra literária, só tenho um romance, algumas peças de teatro, um punhado de letras de canções. Nesse sentido, este livro representa voltar ao longo fôlego do romance, em torno de alguns assuntos que me interessam e que achei que podia encadear numa história, com um outro olhar. É sempre disso que trata a literatura, a tentativa dum outro olhar.

Qual a ideia que esteve na origem deste livro?

A ideia principal, pode dizer-se, assenta num país de refúgio temporário para pessoas em fuga da segunda guerra mundial, nomeadamente judeus da Europa central. Isto quinhentos anos depois dos seus descendentes terem sido expulsos de Portugal e Espanha. E como muitos poucos quiseram ficar depois da guerra, dada a natureza hostil e desconfiada do regime em relação a tudo o que viesse de fora e pudesse perturbar o marasmo com o seu cosmopolitismo. Na história, há uma refugiada checa, judia, que fica e que constitui família. É sobre esse ficar, sobre as consequências desse ficar, que o livro fala, sobretudo pela voz do filho que, ao lidar com as suas ansiedades, percebe que não pode ignorar o passado, por muito que lhe custe.

Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?

Estou recolher elementos para outra história, mas ainda numa fase muito insipiente.

“Arquibaldo” de Carlos Tê
Porto Editora

Mais entrevistas sobre livros editados em Portugal: www.novoslivros.pt

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