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Francesa filha de português que lutou na primeira guerra

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Clique para ampliar Com 87 anos, Felícia Glória da Assunção-Pailleux, filha de um soldado português, é um símbolo do Corpo Expedicionário Português que combateu no norte de França durante a I Guerra Mundial, e mantém viva, até hoje, a memória do pai.

Felícia nasceu em França, filha de pai português, “o que era algo original na época”, disse à Lusa,

“Não era banal ser português numa vila do norte de frança no início do século XX”, contou Felícia da Assunção-Pailleux.

O seu pai, João Manuel da Costa Assunção, era serralheiro em Portugal quando, com 22 anos, deixou o país para se juntar ao Corpo Expedicionário no norte de França.

Foi um dos sobreviventes da Batalha de La Lys, em 1918, que aconteceu na sequência da ofensiva alemã contra as forças britânicas, nas quais se encontrava inserido o Corpo Expedicionário Português que acabou por perder cerca de dois mil homens nesta batalha, que se encontram sepultados no Cemitério Militar Português Richebourg.

“O meu pai fez 440 dias de trincheira 2.685 dias de guerra”, sabe de cor a filha do porta-bandeira, “soldado n.º 13.044, do 23.º Regimento, 4.ª companhia, 2.a divisão”, acrescentou.

Depois da guerra, João da Costa Assunção decidiu permanecer em França por amor. Casou com a mãe da senhora Pailleux em 1920 e tiveram 15 filhos.

“Éramos 15 crianças, era preciso trabalhar. O papá partiu muito cedo por ter trabalhado muito, fazia muitas coisas”, explicou madame Pailleux.

João Manuel da Costa Assunção morreu em França em 1975, mas é recordado até hoje pela filha, que portou a bandeira original do pai até 2010, altura em que a ofereceu ao Museu da Liga dos Combatentes, em Portugal e foi convidada por Cavaco Silva para as comemorações do centenário da República Portuguesa, em Lisboa.

O soldado português era “um guardião da cultura lusitana”, assegurou a filha, que não trouxe a bandeira, mas vestiu as cores de Portugal numa gravata vermelha com a cruz portuguesa.

A filha do soldado português falou com a Lusa à margem de uma conferência em memória da participação do Corpo Expedicionário Português na primeira Guerra Mundial de 1914 à 1918, na Casa de Portugal, em Paris.

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