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Reding critica governo Cameron sobre a emigração

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Clique para ampliar Viviane Reding disse esta segunda-feira em Londres que os governos nacionais europeus devem apanhar os imigrantes que abusam dos direitos sociais, “as exceções”, e deixar os outros viver em paz. A vice-presidente da Comissão Europeia pontuou desta forma quente um debate crítico a pouco mais de três meses das eleições europeias (no Luxemburgo realizam-se no próximo dia 25 de Maio).

O ministro britânico dos assuntos europeus, David Lidington, foi o interlocutor de Viviane Reding neste Debate dos Cidadãos que teve como moderador o editor de Política do Financial Times, George Parker, e onde o BOMDIA esteve presente.

“A maioria das pessoas que emigram vão para trabalhar e para fazerem os seus descontos no país de destino, embora haja exceções, como acontece no caso do meu país ? o Luxemburgo”, disse a comissária responsável pelas áreas da Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania no 44o Debate dos Cidadãos realizado esta segunda-feira na Royal Institution em Londres. “Mas o que tenho a dizer aos Estados-Membros de destino desses emigrantes é que apanhem os que abusam dos direitos sociais e deixem os outros viverem em paz”, concluiu a comissária.

O tom crítico atravessou todo o debate de Londres, em que participaram cerca de 300 pessoas provenientes na sua maioria de associações juvenis, culturais e políticas. E as perguntas abordaram sobretudo os temas da crise económica e social relacionados com o aumento do desemprego e a pressão que a imigração está a impor ao Reino Unido, na versão do governo liderado por David Cameron.

Neste particular da imigração, o ministro dos assuntos europeus, David Lidington, defendeu que se o Reino Unido enviou para a Europa 2,2 milhões de expatriados, sendo como diz Reding o maior exportador de trabalhadores, também viu aumentar no último par de anos em 2 milhões a respetiva população. Uma reciprocidade que, ainda assim, não convenceu a vice-presidente da Comissão que preferiu quase sempre recentrar o debate no sufrágio europeu em marcha. “Desculpe-me o senhor ministro, mas o parlamento mais poderoso na Europa é o Parlamento Europeu, que produz 70% das leis”, disse. “À esquerda e à direita vão gritar, mas uma boa percentagem não vai participar na feitura de leis e nem debate que se impõe”, concluiu regressando ao tema das eleições europeias.

A este propósito o ministro britânico dos assuntos europeus, David Lidington, enfatizou o facto de os europeus em geral aproveitarem as eleições europeias para votarem contra os respetivos governos nacionais: “as pessoas votam contraos seus governos nacionais e, por isso, como se verifica, não resolveu dar-lhes mais poderes [aos eurodeputados], porque as pessoas não se sentem mais representadas”, disse ainda Lidington.

Quanto ao tom do debate, marcado muito mais cedo neste evento, chegou nas palavras de Viviane Reding com a proclamação de uma Europa que deve manter-se humanista para continuar fiel aos seus princípios fundadores. “Não somos só um mercado e as pessoas têm que viver bem. Não se podem separar as duas coisas, nem o capital, que vos interessa particularmente, nem os bens ou serviços, dos cidadãos. Isso não é possível”, argumentou Viviane Reding que pretende para a Europa apenas “um Continente, uma lei e um regulador.”

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