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Portugal precisa de ter piloto na F1 antes de pensar em Grande Prémio

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Clique para ampliar António Félix da Costa considerou, em entrevista à agência Lusa, que antes de Portugal voltar a ter um Grande Prémio de Fórmula 1 é necessário que um piloto português regresse à categoria máxima do automobilismo.

“Acho que antes de haver um Grande Prémio em Portugal tem de existir um piloto português na Fórmula 1. O problema é que as pessoas querem tudo de uma vez, o piloto e o Grande Prémio no mesmo ano. As coisas têm de ser feitas passo a passo. Eu também não tenho um botão em que carregue e estou na Fórmula 1. Tenho de fazer este processo de piloto de testes, de estar nos bastidores de uma equipa, depois entrar na Fórmula 1, aprender e ficar na posição de ser um dos pilotos a bater e aí sim tentar trazer um Grande Prémio de Portugal”, referiu.

Para o jovem piloto luso, que faz parte da Red Bull Junior Team, Portugal tem “uma pista mais do que capaz para receber um Grande Prémio, que é o Autódromo do Algarve”, lembrando ainda que o circuito do Estoril “pode receber testes, porque é uma pista muito técnica e que os pilotos gostam muito”.

António Félix da Costa, que este ano vai disputar a World Series by Renault, garantiu ainda que gostaria de levar uma grande marca portuguesa consigo para a Fórmula 1, embora reconheça não estar dependente disso para entrar no “grande circo”, porque “a Red Bull é uma marca que olha 99 por cento para o talento”.

“Obviamente, se me tiverem a mim e a um americano exatamente com o mesmo talento, se calhar vão escolher o americano. É por isso que eu não posso ser igual aos outros, tenho de ser melhor. Obviamente que me dava imenso prazer de voltar a pôr uma empresa ou Portugal num carro de fórmula 1. Não é por acaso que temos os principais bancos, petrolíferas, companhias aéreas a investirem na fórmula 1 e acho que é importante Portugal entrar neste ‘lobby’. Felizmente não estou dependente disso, mas, como patriota que sou, gostava de pôr Portugal outra vez na fórmula 1”, afiançou.

Um recente estudo da Cision avaliou em cerca de 4,4 milhões de euros o retorno mediático de Félix da Costa em 2012, com o piloto a referir que estas informações “são coisas que vêm ajudar e que podem ser apresentadas a patrocinadores”, mas lembrou que “sem resultados não há retorno”.

Em relação ao facto de nenhum português ter conseguido até hoje fazer carreira na Fórmula 1, Félix da Costa garante que “não há falta de talento”, lembrando os casos de Filipe Albuquerque e Álvaro Parente, que “podiam estar a disputar campeonatos na Fórmula 1”.

“Isto é apanhar a carruagem certa, na hora h. Até agora nenhum de nós conseguiu estar na posição de sermos campeões do Mundo. Eu ainda não estou lá, estou a trabalhar para isso. O trabalho tem de continuar a ser feito nesta direção. Eu não quero chegar à fórmula 1 para ser mais um, mas para me bater com os melhores e trazer um campeonato do Mundo”, reconheceu.

Salientando os bons resultados dos portugueses em provas de todo-o-terreno, António Félix da Costa reconhece que “é complicado” para ele e para o “motard” Miguel Oliveira ter em cima de si todo o peso de levar Portugal às categorias mais altas das provas de velocidade, porque são “apenas dois a chegar ao topo das nossas modalidades”.

“Somos dois dos bons e temos de continuar a trabalhar para alcançarmos os nossos objetivos”, afirmou.

Sobre o futuro do automobilismo em Portugal, Félix da Costa acredita que “há dois ou três miúdos com talento e que daqui a cinco anos podem aparecer na posição” em que ele se encontra neste momento.

“É complicado comparar o desporto automóvel a um desporto como o futebol. O desporto automóvel é um clube mais restrito, é muito complicado iniciar uma carreira, porque é preciso mais ‘budget’, mais patrocinadores. Mas ainda ontem (segunda-feira) estive na gala da Federação Portuguesa de Automobilismo e não tinha a noção da quantidade a miúdos jovens que estão a começar nos kartings e que me vieram pedir alguns conselhos. Não sabia que ainda havia tantos miúdos a gostar de desporto automóvel”, referiu.

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