O secretário-geral do PS considerou em Bruxelas que os dados do défice do primeiro semestre mostram que “os portugueses cumpriram, mas o Governo falhou”, lamentando que o primeiro-ministro insista na mesma “receita errada” para o Orçamento de 2013.
“O Governo português e o primeiro-ministro em particular disseram que, com a austeridade que propunham para este ano, atingir-se-ia um défice de 4,5 por cento [do PIB]. Chegamos ao final do ano e o défice é muito superior a 4,5 por cento. Quer dizer que os portugueses fizeram enormes sacrifícios, cumpriram, mas o Governo falhou”, afirmou.
António José Seguro, que se encontra em Bruxelas para participar no congresso dos Socialistas Europeus, fez estas afirmações no dia em que o Instituto Nacional de Estatística divulgou dados que apontam para um défice de 6,8 por cento nos primeiros seis meses deste ano.
O líder do PS, reforçando que “o Governo prometeu aos portugueses, com o nível de sacrifícios que lhes impôs, que era possível atingir um défice de 4,5 por cento, e isso não vai ser possível”, defendeu que a “abordagem inteligente” seria o Governo, ao perceber que a receita da “austeridade excessiva” e da “austeridade do custe o que custar” não deu resultados, mudar a receita, tal como o PS tem vindo a propor.
“Mas o Governo, não; diz que para o Orçamento do próximo ano vai insistir na receita. Ora, isto é errado, porque é o caminho para o desastre”, defendeu.
Seguro lamentou ainda que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho ainda não se tenha pronunciado “sobre o que é que falhou na sua receita e o que é que falhou na sua política”, mas já esteja “a preparar um Orçamento para insistir nessa receita e nessa política”.
“É preciso arrepiar caminho”, disse.
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