Um coala, um canguru e um homem encontram-se num bar. Para o coala era uma estreia, o canguru já lá tinha estado algumas vezes, mas o homem já era presença habitual.
O pequeno coala, cheio de força, pediu um copo com água. Por sua vez, o canguru pediu um balde, enquanto que o homem mandou vir uma piscina.
O coala, curioso e novo nestas andanças, questionou o homem acerca do seu estranho pedido:
– Caro homem. Ouvi que pediste uma piscina com água. Eu percebo que o canguru precise de um balde, mas tu? Porque precisas de uma piscina?
O homem ficou um pouco ofendido com a pergunta mas respondeu tranquilamente:
– Eu nunca te tinha visto por aqui, por isso, acho que não me devas conhecer. Eu peço a quantidade de água que necessito. Um simples copo ou um balde são insuficientes para um ser humano como eu.
O canguru, sossegado no seu canto, decidiu intervir após o discurso lastimável do homem:
– Desculpa-me, homem, mas eu tenho a mesma dúvida que o coala. Não achas que devíamos consumir os recursos da mãe Natureza consoante as nossas necessidades? Para o bem comum?
– Que disparate!- exclamou o homem. – Era só o que faltava! Nós, Homens, é que construímos e desenvolvemos este mundo tal como ele é! Vocês, animais, têm de nos agradecer por ainda cá andarem. Bem comum? Eu estou a beber pelo bem comum. Bebam lá os vossos pedidos e deixem-me em paz. Nós, Homens, temos de satisfazer as nossas necessidades.
O coala e o canguru não disseram mais nada. “Que ser ignorante!” – pensaram. Beberam o que tinham pedido e seguiram caminho.
Esta é a minha singela homenagem a todos os animais que têm sofrido ou morrido nos últimos dias.
Será que o Homem vai voltar a pedir somente um copo com água para saciar a sede?
Será que algum dia o Homem terá consciência das consequências dos seus atos?
Eu ainda acredito na mudança…
Ainda acredito que haja tempo para isso…