Viver na organização permanente, viver numa vida de estratégias, viver no mundo das listas, viver no mundo das prioridades…
Mas afinal, o que é isso? Isso é viver?
Sim! Por vezes, é necessário e até mesmo obrigatório… mas saberás tu viver nesse mundo?
Listas e listas e listas…
Não esquecer as tarefas importantes da tua vida… qual a urgente? Qual a prioritária?
Tantas prioridades, tantas estratégias… estratégias a observar, a ter…
Tudo se torna numa bola de lã, toda enliada… e enfiada na cabeça… já não se consegue avançar, nem pensar…
A vontade de fazer listas, de percorrê-las desapareceu como o sol num dia de neblina!
Essa neblina que invade cada espaço da natureza, que invade cada espaço da vida humana e que passou a invadir o cérebro…
O pensamento, todo o teu ser, esse tudo te diz: Stop! Stop! Stop!
Mas o tempo não pára… essa medida da vida que nos persegue e que nos faz olhar para relógios… essa medida, que mais parece um terrorista sem dó, nem piedade nunca te deixa em paz…
Nesse instante, tu querias fechar os olhos, reter a tua respiração e mergulhar no oceano… e simplesmente permanecer nesse silêncio imperturbável, durante um tempo infinito!
Desculpa… mas vais ter que sair desse mergulho… o tempo não é infinito… esse tem um princípio e um fim… e tu nem peixe és… tu tens que voltar à terra!
Foste mergulho que se transformou em navio… navio à deriva, que não gosta de andar à deriva no alto-mar mas que também não procura as gaivotas nem o farol para alcançar terra firme…
De repente, uma voz ao longe te diz: acorda mamã… eu não quero dormir mais!
Tiveste um pesadelo… mas esse pesadelo é a tua realidade…