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A República do século XXI precisa dos portugueses cá de fora

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Clique para ampliar Uma sala repleta, sobretudo de portugueses, recebeu, esta quinta-feira à noite, Marcelo Rebelo de Sousa para uma conferência intitulada “A República Portuguesa – uma visão do século XXI”. Uma conferência proferia em fluente francês que surpreendeu a maioria dos assistentes.

Mas o conhecido político, académico e comentador não se limitou a projectar o Portugal do século XXI. A conferência começou com a definição da portugalidade segundo Jorge Dias, para a partir daí levar o auditório numa viagem pela História de Portugal.

Cortando a História em grandes fases, Rebelo de Sousa explicou que vê quatro grandes momentos da política portuguesa desde o 25 de Abril: a descolonização, a democratização, a adesão à Europa e a estabilização democrática e económica.

Hoje, explicou Marcelo Rebelo de Sousa, “vivemos uma fase em que a economia está extremamente frágil”, situação que se complica devido à crise internacional, explicou. “Temos de adaptar o nível de vida à nossa capacidade de criar riqueza. Este é um dos grande desafios juntamente com a reforma dos sistemas sociais”, defendeu o professor.

E insistiu nas questões sociais: “A pobreza de dois milhões de portugueses é outro desafio”, insistiu, listando ainda mais três domínios em que Portugal não pode falhar: “Temos de evitar sair da eurozona”, defendeu, apesar de crer que Portugal já não corre tantos riscos de “falência” como correu há um mês atrás.

A outro nível, Rebelo de Sousa acredita que há um desafio essencial: reformar o funcionamento do Estado e do sistema eleitoral e paralelamente mudar os hábitos das instituições e pessoas.

Por fim defendeu um último desafio da República Portuguesa do século XXI: Apostar na emigração e na língua portuguesa. “Os milhões de portugueses que vivem fora do país têm estado esquecidos e Portugal precisa deles”.

A fase de perguntas e respostas acabou por durar mais tempo que a palestra propriamente dita devido a grande participação dos presentes. O conferencista cobriu uma série de assuntos e precisou alguns dos seus pensamentos, deixando sempre uma nota optimista porque, explicou, “um professor tem de ser optimista e apostar na formação cívica e democrática da juventude pois somos uma jovem democracia”.

A conferência foi organizada pela associação Amigos do 25 de Abril e foi introduzida pelo presidente da agremiação, Manuel Bento, que deixou alguns recados para a classe política portuguesa :”Não se deve mudar a República mas talvez seja bom pensar em mudar os que nos governam”, disse, mencionando depois casos de injustiça como é a situação de alguns ex-militares e o facto de os portugueses fora de portas não terem os mesmos direitos e deveres eleitorais que os residentes no território nacional.

Veja aqui a reportagem fotográfica.

 

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