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Web Summit: o futuro do mundo está no Parque das Nações

© Lusa

O investimento, para alguns “elevado”, para participarem na Web Summit, a cimeira tecnológica que junta milhares de pessoas em Lisboa, é compensado quando pensam no retorno e que o “futuro do mundo” se encontra no Parque das Nações até sexta-feira.

A brasileira Ana Freitas, antiga jornalista e que atualmente trabalha numa empresa que “ajuda as pessoas a comunicarem melhor”, contou à agência Lusa que os quatro mil euros por si investidos “foi muito” porque a diferença de câmbio entre reais e euros é “muito grande”, mas garantiu que “vale a pena viver a cidade de Lisboa e o evento”.

“Vem gente do mundo inteiro. Saber que as inovações estão aqui, vale muito. É a primeira vez na Web Summit e estou encantada, o mundo está aqui, o futuro do mundo está aqui”, disse enquanto esperava na fila para comprar o almoço.

Muitos estão na Web Summit, que se realiza em Lisboa desde 2016, pela primeira vez, como é o caso do londrino James Holl, que explicou ter vindo “apresentar a companhia e procurar investimentos” com dois colegas, tendo sido a empresa que representa a custear as despesas.

“Penso que anda à volta de 400 euros pelos [quatro] dias na Web Summit”, disse, apontando que talvez no local a alimentação seja mais cara, mas na cidade “por volta de oito, 10 euros consegue-se comer” e as pessoas “são muito generosas [nas porções]”, não se podendo queixar, disse a sorrir.

Lusa

Para Adriano Delgrande, natural de Porto Alegre, no Brasil, é também a primeira vez no certame, que considerou ser uma “excelente oportunidade para conhecer ferramentas [tecnológicas] e novidades”.

Em termos de investimento financeiro, Adriano reconheceu que “é um pouco custoso” para um brasileiro, mas salientou tratar-se de um investimento já que se está “a levar novas tecnologias”.

“Por isso, acaba por ser baixo pelo que nos vai trazer de volta”, admitiu o jovem que trabalha numa empresa credenciadora de pagamentos que atua no mercado brasileiro, mas que procura a expansão para a América Latina e Europa, apontando ter gasto para a sua presença cerca de três mil euros entre passagens, alojamento, alimentação e bilhetes.

A norte-americana com origem tailandesa Anna Lorentz explicou, por seu turno, que está na cimeira pela segunda vez, representando a empresa onde trabalha e que tem sede em Paris.

“Em termos de investimento monetário não serei a melhor pessoa para falar porque vivo em Lisboa e não tive de pagar alojamento. Foi também o escritório que pagou o bilhete do evento, explicou, mas reconheceu que, mesmo sendo um “investimento elevado, é um bom sítio para se trabalhar, para criar contactos, novas oportunidades de negócio”, disse, lembrando que “há muita gente e negócios variados”.

Lusa

Por seu turno, a brasileira Ana Krum, que representa um escritório de advocacia e que veio pela primeira vez ao certame no ano passado, garantiu que esta edição tem mais gente.

“É uma experiência muito enriquecedora, ver tantas ideias, culturas, nacionalidades num único propósito de investir na tecnologia. Acredito que seja financeiramente aceitável [o valor do investimento monetário] porque para as empresas é muito proveitoso ter os seus funcionários aqui. Vale muito a pena, mesmo com custo elevado para as pessoas individuais seria uma experiência imperdível”, frisou.

O dia começou com filas, primeiro para a acreditação, depois para entrada no recinto e depois para assistir às variadas conferências e ‘pitchs’ (pequenas apresentações de uma ideia de um produto ou app) que decorrem na Web Summit.

O Parque das Nações, em Lisboa, e mais propriamente a Altice Arena, antigo pavilhão Atlântico, e a FIL transformam-se por estes dias devido à realização da Web Summit que traz à capital portuguesa milhares de pessoas.

Hoje, a organização anunciou que a cimeira atingiu o seu máximo com 71.033 participantes de 160 países e com o maior número de sempre de ‘startups’ e investidores, tendo esgotado os bilhetes a três semanas do evento, que teve início na terça-feira. 

No segundo dia, aquele em que arranca na verdade todo o evento, as filas começaram a formar-se desde cedo um pouco por todas as entradas do recinto e, durante o dia as filas são uma constante, seja para assistir a uma conferência, normalmente sempre com lotação completa, seja para assistir aos concorridos ‘pitch’, seja para almoçar nas ‘rulotes’ à entrada para a FIL.

Este ano, o local onde decorre o evento aumentou o espaço “ao máximo absoluto” para “204.386 metros quadrados (1.046 campos de ténis)”, segundo a organização, mas nem assim há locais sem pessoas.

Por todo o lado, consoante o sítio onde se movem, os participantes têm um copo na mão – na zona exterior – ou o telemóvel. 

Aliás, o telemóvel é o maior aliado, pois a aplicação da Web Summit dá acesso à acreditação e cada pessoa pode depois personalizar o calendário com os seus interesses e deslocar-se aos locais, pois na app encontra também o mapa do evento.

Apesar das centenas, mesmo milhares de pessoas, que se encontram por estes dias no evento, tudo parece decorrer sem atropelos, nem o lixo, que por vezes se vê espalhado um pouco por toda a cidade de Lisboa, se vê no chão, já que por todo o espaço se veem ecopontos e pequenas papeleiras espalhadas.

E, se o dia começou com filas, também acaba com novas filas ordeiras para se sair do certame, sempre com a orientação dos jovens voluntários, da segurança privada e da PSP, já pelas imediações do Altice Arena.

O evento tecnológico, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações, em Lisboa, em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028.

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