O cabeça de lista do Volt Portugal às eleições europeias defende que a Comissão Europeia devia poder intervir na área da habitação, já que é um problema transversal a vários países do bloco comunitário.
Contactado pela Lusa, a propósito do arranque da campanha, em Bruxelas, para as eleições que se realizam entre 06 e 09 de junho nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), Duarte Costa disse ser preciso “mostrar que a UE é a solução para os problemas que afligem mais os portugueses”.
Para o cabeça de lista em Portugal deste partido transnacional, deveria ser possível, por exemplo, “reforçar os poderes europeus na área da habitação”, para que o executivo comunitário pudesse “apoiar municípios, cooperativas, reforçar o parque público de habitação” nos países mais pressionados pelo problema, nomeadamente Portugal, Espanha, França e Itália.
Em simultâneo, Duarte Costa é favorável ao reforço da capacidade de intervenção da Comissão Europeia também na questão dos salários. Na ótica do cabeça de lista, os preços incomportáveis da habitação, por exemplo, em Portugal também são reflexo da discrepância de rendimentos entre Estados-membros, o que, na sua opinião, leva a um desequilíbrio.
O crescimento da extrema-direita em praticamente todos os Estados-membros e a possibilidade de essa tendência se repercutir na próxima configuração do Parlamento Europeu é um os assuntos que tem dominado a discussão política no período pré-eleitoral.
Duarte Costa reconheceu a preocupação, mas disse que a discussão deve “ser focada no papel que a UE tem para as pessoas e no projeto europeu que as pessoas querem, e não tanto nestas constelações de partidos”.
“Um erro crasso dos países tradicionais”, criticou o cabeça de lista, foi o desvirtuar da discussão em campanha, ocupando-a com temáticas nacionais. Na sua opinião, os partidos tradicionais, de maior dimensão no panorama político português, “roubaram a União Europeia aos portugueses” ao afastar a discussão eleitoral dos assuntos da UE.
Já Rhia Lopes, ‘número dois’ do partido em Portugal, considerou que uma discussão centrada naquilo que a UE pode fazer pelos Estados-membros “é um antídoto para a extrema-direita”, recordando que o Volt é um partido pan-europeu e com uma matriz federalista.
O partido tem representação em vários países da UE e eleitos no Parlamento Europeu, por exemplo, da Alemanha.
No hemiciclo europeu faz parte dos Verdes, que têm Terry Reintke como candidata à presidência da Comissão Europeia.
O Volt a nível europeu vai iniciar a campanha para as europeias no fim de semana, em Bruxelas, com várias sessões para abordar diferentes temáticas que dizem respeito à UE, aos desafios prementes e como é que um reforço da intervenção de Bruxelas pode resolvê-los na ótica deste partido.