De que está à procura ?

Colunistas

Viagens de terroristas

Inicio a minha crónica desta semana com uma denúncia da série “Não ao uso de animais em touradas, circos e procissões”. Então não é que as mesmas associações que armam uma escandaleira sempre que veem um animal a ser explorado e maltratado nos circos e nas touradas, são as mesmas que agora se calam ao ver uma pobre burra que tem de carregar com a Nossa Senhora e com o Menino Jesus no lombo, ao longo de vários quilómetros (e que este ano até vai equipada com GPS e tudo), na famosa Procissão da Burrinha, em Braga? Dá para entender isto? Se fosse um touro ou um leão a levar com a Nossa Senhora e o Menino Jesus, aposto que caia o Carmo e a Trindade, mas como é uma pobre burra ninguém quer saber. E como é que passados 2017 anos, Nossa Senhora e o Menino Jesus podem continuar a optar por uma burra quando têm alternativas de transporte muito mais confortáveis e seguras, como por exemplo, o automóvel. E se não gostam de espaços fechados, sempre podem viajar num descapotável. Afinal, tem muita mais pinta vir salvar o mundo de descapotável do que de burra. Mas isto sou eu a pensar, um pobre pecador sem salvação! Podem dizer que é tradição, ok! Mas vão dizer isso à burra a ver se ela entende! Injustiça para com a burra é o que é! Depois admirem-se dos burros não serem católicos…

E já que estamos a falar de burros, o que dizer de Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, que, falando sobre o recente ataque químico na Síria, afirmou que nem “alguém tão desprezível como Hitler utilizou armas químicas” nem “atacou o seu próprio povo” com gás. Sugiro a Spicer que tome uns comprimidos para a concentração antes do ‘briefing’ diário com os jornalistas para assim evitar repetir estes holocaustos de ‘fake news’…

E já que falamos de holocaustos, vamos ao que me trouxe aqui esta semana: a hecatombe que afectou a humanidade nos últimos dias, ameaçando-a mesmo de extinção. Não, não falo do ataque químico que Assad, supostamente, perpetrou contra o seu próprio povo. Falo sim da invasão de Espanha por milhares de finalistas portugueses em busca de novas experiências associadas ao álcool, drogas, música psicadélica e destruição de umas cenas e assim. Se os papás sabem disto? Claro que sabem! E ficam sossegados? Claro que sim, pois enquanto os filhos vandalizam os estabelecimentos onde estão alojados, não fazem sexo:

-“Então Ermelinda, não tens medo que a tua filha engravide na viagem de finalistas?”

-“Tás doida Almerinda? Estou muito sossegada, pois a minha Maria é uma menina muito responsável e a esta hora ela deve estar mas é a partir o hotel todo com os colegas da turma dela”.

Mas a minha teoria da conspiração é que foi Dijsselbloem quem pagou aos finalistas portugueses para se embriagarem e partirem aquilo tudo, para ver se salvava a face, tipo “Eu não disse que eles eram assim?”. É que toda a gente notou o grande embaraço de Dijsselbloem quando foi confrontado pelo secretário de Estado Mourinho Félix. Aquilo foi mesmo à macho latino, grande Félix! Dijsselbloem nem sabia onde se enfiar. Bonito era se Dijsselbloem e Félix tivessem dado as mãos em nome da defesa dos direitos dos homossexuais.

Estas viagens nem se deveriam chamar de finalistas. Dever-se-iam antes chamar de “Viagens de Terroristas”. Pelo menos quer alunos, quer os pais, quer as unidades hoteleiras sabiam com o que contar, tipo: Principal Atracção “DJ bin Laden” (Torremolinos) e “DJ al-Zarqawi” (Marine d’Or), com a promessa de muitas explosões de ritmo, cor e som!!! Não percas os Workshops “Constrói a tua própria bomba” (Marine d’Or) e “Como deitar um hotel abaixo em meia-hora” (Torremolinos) …

Mas os alunos finalistas também têm direito ao contraditório. Assim, os alunos expulsos desmentem vandalismo e criticam serviço do hotel: “Por exemplo, nós fazíamos cocó em cima da cama, puxávamos o autoclismo e o cocó continuava em cima da cama. Por isso, nem o autoclismo funcionava na porcaria do hotel”. Outros alunos negam ainda a acusação de terem colocado uma televisão na banheira: “Estava muito fumo, mas eu e os meus colegas somos testemunhas… a televisão saiu da parede, pôs-se a voar pelo quarto aos círculos por cima de nós, enquanto ia fazendo zapping sozinha e gritando ‘Tenho sede, tenho sede’… e eu disse-lhe ‘Se tens sede, vai para a banheira que tem lá água!’, e ela foi e pronto!”.

Mas nem tudo é negativo com esta história dos finalistas. Pode ser que, desta forma, ‘nuestros hermanos’ se deem conta da nossa capacidade bélica e nos deixem em paz com as Selvagens da Madeira e também, quem sabe, encerrem de vez a central nuclear de Almaraz. É que, caso contrário, enviamos mais finalistas para Espanha…

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA