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Uma curta presença portuguesa em Cannes

Se não fossem os brasileiros e duas curtas metragens portuguesas – sendo uma delas uma co-produção francesa – o cinema lusófono estaria ausente do maior festival de cinema do mundo.

Pelo lado português, a 55.ª edição da Semana da Crítica, que decorrerá de até 20 de maio, como evento paralelo do 69º Festival de Cannes, vai contar com a presença de dois filmes portugueses.

A curta-metragem “Ascensão” de Pedro Peralta é produzida pela Terratreme Filmes enquanto que “Campo de Víboras”, da lusodescendente Cristèle Alves Meira, é uma produção da portuguesa Ukbar Filmes e da Fluxus Films de França.

Estas duas curtas são os dois únicos representantes da Sétima Arte portuguesa em Cannes, depois de terem passado pelo festival Indie Lisboa.

Obviamente, há cinema português a ser vendido e distribuído no mercado do filme que decorre em paralelo com o festival mas a hipótese de um prémio português só pode acontecer nesta competição paralela que é a Semana da Crítica.

Em “Ascensão”, numa sequência de apenas três planos, Pedro Peralta regista o resgate de um homem que caiu dentro de um poço ao nascer do dia, no campo. O realizador filmou o esforço dos camponeses na recuperação do corpo, o silêncio das mulheres que assistem e ainda a mãe que acolhe o filho nos braços.

A anterior curta-metragem de Pedro Peralta, Mupepy Munatim, produzida pela Universidade Lusófona aquando da sua frequência no Mestrado de Estudos Cinematógraficos, estreou no festival Indielisboa’12, onde foi distinguida, tendo feito um percurso em vários festivais nacionais e internacionais onde obteve diversos prémios.

“Campo de Víboras” é um filme da realizadora francesa Cristèle Alves Meira, de ascendência portuguesa, que foi rodado e inspirado em histórias do concelho de Vimioso. Com Ana Padrão, Ana Brito e Cunha e Simão Cayatte, a acção do filme decorre durante as festas dos caretos naquela localidade.

Cristèle Alves Meira tem apenas mais uma curta-metragem no seu currículo, trata-se de “Sol Branco” de 2015.

Criada em 1962 pelo sindicato de críticos de cinema, a Semana da Crítica de Cannes tem como objetivo dar a conhecer novos talentos do cinema, apresentando primeiras e segundas obras de realizadores de todo o mundo.

Por esta secção passaram nomes como Ken Loach, Wong Kar Wai, Jacques Audiard, Jeff Nichols, François Ozon, Gaspar Noé e Alejandro Gonzalez Iñárritu.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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