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Pastelões!

“Olhando à minha frente o azul-escuro, podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro”

Rui Veloso

O passado ninguém o pode mudar, mas o futuro está nas nossas mãos. Portugueses e brasileiros estão unidos por uma linda herança, que é um verdadeiro tesouro, a língua portuguesa. Mas além de sermos povo irmão unidos pelo idioma e pela história, porque à tanto de Brasil em Portugal como de Portugal no Brasil, somos unidos por esta alquimia que enche o espírito, aviva as memórias e transforma um semblante triste num sorriso maravilhoso que é a nossa cozinha.

Nós portugueses demos a feijoada, as brisas do liz e o pão, os brasileiros deram-nos a picanha, o churrasco e o ananás assado com canela.

Os salgadinhos sobre os quais que vou escrever hoje são as empadinhas ou empadas, tão comuns e tradicionais em qualquer café ou snack bar em Portugal e do outro lado do Atlântico.

A empada consiste num pequeno bolo feito de massa podre recheada e o mais tradicional é de frango, mas podemos rechear com o que a nossa imaginação deixar. No Brasil é comum o recheio levar palmito, catupiry, camarão entre outros sabores tropicais.

Sabe-se que têm origem nos pastelões portugueses, que se resume em grandes tortas salgadas, com forte influência medieval. No século XIX os pastelões pequenos eram conhecidos como “empadas de caixa”. Uma outra razão do sucesso das empadas e empadões era de que serviam como refeições para os seguidores da Igreja Católica nos dias de abstinência de consumo de carne de vaca ou porco.

A etimologia da palavra empada é uma simplificação para a palavra ‘empanada’ também usada no idioma espanhol, com origem no latim panis, que significa pão.

Uma coisa tão simples como uma empada pode unir três nacionalidades e ser perfeita.

E agora a receita, em português do Brasil, para quebrar a rotina:

INGREDIENTES

1 peito de frango com pele e osso (cerca de 700g)

2 cebolas

2 tomates

2 dentes de alho

1 xícara (chá) de leite

3 colheres (sopa) de manteiga

3 colheres (sopa) de farinha de trigo

Tiras da casca de 1 limão

1 folha de louro

2 cravos-da-índia

2 colheres (sopa) de salsinha picada grosseiramente

Noz-moscada ralada na hora a gosto

Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

MODO DE PREPARO

Corte uma cebola ao meio, descasque uma das metades e prenda a folha de louro nela, espetando com os cravos — reserve a outra metade da cebola na geladeira para uma próxima receita.

Numa panela média, coloque o peito de frango, a cebola cravejada e as tiras da casca de limão. Cubra o frango com água e leve ao fogo alto. Assim que ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 20 minutos.

Reserve ¾ de xícara (chá) do caldo de cozimento do frango. Com uma pinça, transfira o peito de frango para a tábua e, utilizando dois garfos, desfie a carne ainda quente em pedaços finos.

Descasque e pique fino os dentes de alho e a cebola restante. Lave, seque e corte os tomates ao meio; descarte as sementes e corte cada metade em cubos de 0,5 cm.

Leve uma panela grande com a manteiga ao fogo médio para derreter. Adicione a cebola, tempere com uma pitada de sal e refogue por 2 minutos até murchar. Junte o tomate e refogue por 3 minutos, até começar a desmanchar. Adicione o alho e mexa por 1 minuto para perfumar.

Acrescente o frango desfiado, tempere com 1 colher (chá) de sal e pimenta a gosto, misture bem. Regue com o caldo de frango reservado e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, por cerca de 8 minutos ou até secar.

Junte a farinha de trigo e misture bem. Regue com o leite e tempere com noz-moscada a gosto. Deixe cozinhar em fogo médio, mexendo de vez em quando, por cerca de 3 minutos ou até engrossar — lembre-se que o recheio fica mais cremoso após esfriar. Desligue o fogo e misture a salsinha picada.

Transfira o recheio para uma tigela e deixe esfriar em temperatura ambiente antes de montar as empadinhas — se a massa estiver muito quente, pode umedecer e ficar encruada na hora de assar. Enquanto isso, prepare a massa.

Dévora Cortinhal

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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