De que está à procura ?

Mundo

Papa pressiona embaixadores para que trabalhem para o fim da guerra na Ucrânia

© Vaticano News

O Papa apelou esta segunda-feira, perante embaixadores de todo o mundo, ao fim da “tragédia” na Ucrânia, após quase dois anos de combates, provocados pela invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.

“Não se pode deixar continuar um conflito, que se está a gangrenar cada vez mais, com prejuízo para milhões de pessoas, mas é preciso que se ponha termo à tragédia em curso através da negociação, no respeito pelo direito internacional”, alertou, na tradicional audiência de início de ano, para apresentação de cumprimentos dos membros do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé.

Francisco lamentou que, depois de quase dois anos de “guerra em grande escala” da Federação Russa contra a Ucrânia, “a tão desejada paz ainda não tenha conseguido encontrar lugar nas mentes e nos corações, não obstante as numerosíssimas vítimas e o rasto enorme de destruição”.

Num discurso de cerca de 40 minutos, em que abordou conflitos que atingem várias partes do mundo, o Papa manifestou a sua preocupação com a “a situação tensa no sul do Cáucaso”, entre a Arménia e o Azerbaijão, exortando as duas partes a “chegar à assinatura dum tratado de paz”.

“É urgente encontrar uma solução para a dramática situação humana dos habitantes daquela região, favorecer o regresso dos deslocados às suas casas de forma legal e segura, e respeitar os locais de culto das diversas confissões religiosas lá presentes”, acrescentou.

Francisco falou ainda do sofrimento de milhões de pessoas afetadas pelas “múltiplas crises humanas” em vários países subsaarianos, “por causa do terrorismo internacional, dos complexos problemas sociopolíticos e dos efeitos devastadores da mudança climática”, a que se somam golpes militares de Estado e “certos processos eleitorais caraterizados por corrupção, intimidações e violência”.

Renovo o apelo a um sério empenho por parte de todos os sujeitos envolvidos na aplicação do Acordo de Pretória de novembro de 2022, que pôs fim aos combates no Tigré, e na procura de soluções pacíficas para as tensões e violências que assolam a Etiópia, bem como para o diálogo, a paz e a estabilidade entre os países do Corno de África”, acrescentou.

A recente crise entre a Venezuela e a Guiana ou os protestos no Peru foram outros temas abordados, tendo o Papa alertado para “fenómenos de polarização que comprometem a harmonia social e enfraquecem as instituições democráticas”.

Francisco referiu-se, especificamente, para o conflito entre o governo da Nicarágua e a Igreja Católica, que levou à prisão de vários membros do clero e ao encerramento de diversas instituições eclesiais.

“A Santa Sé não cessa de convidar a um diálogo diplomático respeitoso pelo bem dos católicos e de toda a população”, afirmou.

184 Estados mantêm relações diplomáticas plenas com a Santa Sé, a que se somam a União Europeia e a Ordem Soberana e Militar de Malta; existem 91 missões diplomáticas acreditadas junto da Santa Sé com sede em Roma, incluindo a de Portugal, bem como os gabinetes da Liga dos Estados Árabes, da Organização Internacional para as Migrações e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA